Os possíveis impactos da guerra na Ucrânia na economia brasileira
Praticamente todos os jornais trazem opiniões e análises sobre os impactos da guerra na Ucrânia na economia brasileira. Ainda há muitas questões em aberto, claro, a depender da dimensão que a guerra pode tomar, mas é certo que um período já de tantas incertezas, em meio à ainda pandemia da Covid e ao ano eleitoral, tende a ficar mais turbulento...
Praticamente todos os jornais trazem opiniões e análises sobre os impactos da guerra na Ucrânia na economia brasileira.
Ainda há muitas questões em aberto, claro, a depender da dimensão que a guerra pode tomar, mas é certo que um período já de tantas incertezas, em meio à ainda pandemia da Covid e ao ano eleitoral, tende a ficar mais turbulento.
Os mercados emergentes, como é o caso do Brasil, poderão, por exemplo, ver o dólar subir junto com os preços da commodities.
Os preços do petróleo e do trigo não param de subir nos últimos dias, o que provavelmente chegará ao posto de gasolina e a padarias por aqui.
Sobre os preços dos combustíveis especificamente, somente em Brasília o sindicato do setor já fala em possibilidade de aumento de pelo menos R$ 0,70 no litro da gasolina em breve, segundo o portal Metrópoles.
Rússia e Ucrânia produzem cerca de 30% do trigo mundial. No caso da Rússia, o país é um importante produtor de fertilizantes. Com esses dados, fica difícil não imaginar que o agronegócio do mundo, incluindo o do Brasil, acabará sendo atingido pelos conflitos militares no leste europeu.
Mais cedo, como registramos, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse a Andréia Sadi que acompanha com atenção aos desdobramentos da guerra na Ucrânia, mas ressaltou que ainda não há “motivo para pânico” em relação à possibilidade de escassez de fornecimento de fertilizantes para o Brasil.
Na última segunda-feira (28), a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que o Brasil tem a perspectiva de pior crescimento econômico entre os países da América Latina para este ano. Se a guerra prosseguir, o cenário, claro, poderá se deteriorar ainda mais, com mais inflação dos alimentos e dos combustíveis, e uma insistente instabilidade cambial.
“Os preços internacionais, que já estão em alta, irão aumentar: mais inflação para as economias mundiais e para a brasileira, em particular. Também são esperadas altas nas taxas de juros internacionais e a nossa Selic, que já está em trajetória de alta, tende igualmente a subir”, disse a O Antagonista a economista Virene Matesco, professora da FGV.
O aumento dos juros, em tese, compromete a recuperação da economia. Virene reforçou que, levando em conta as relações comerciais entre Brasil e Rússia, os setores de agronegócio, siderúrgico e da construção civil devem ser os mais atingidos.
O economista Roberto Ellery Júnior, professor da UnB, prevê “aumento da incerteza, o que espanta o capital de economias emergentes causando depreciação do câmbio e pressionando a inflação”.
“O Banco Central fica entre aumentar mais os juros ou aceitar uma inflação ainda maior.”
Para Ellery Júnior, são garantidos os aumentos do preço do barril de petróleo, com impacto nos preços dos combustíveis; e do preço do trigo, com impacto nos preços dos alimentos.
“Essas são apenas as questões econômicas diretas, mas a postura do Brasil em relação ao conflito em si pode nos afastar ainda mais das democracias ocidentais, o que pode vir a ter custos econômicos”, acrescentou o economista.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)