O que fazer (e não fazer) daqui para frente
Desde o primeiro turno, a equipe da Inv tentou avisar dos riscos que o mercado parecia ignorar, mais notoriamente com o trade da Petrobras, que amanhece hoje (31) dando bilhões de prejuízo depois de bater níveis recordes poucos dias atrás...
Desde o primeiro turno, a equipe da Inv tentou avisar dos riscos que o mercado parecia ignorar, mais notoriamente com o trade da Petrobras, que amanhece hoje (31) dando bilhões de prejuízo depois de bater níveis recordes poucos dias atrás.
Eu havia alertado para as pessoas reduzirem o risco e aumentarem suas posições de caixa. Ivan Sant’Anna comentou que mesmo se preferisse um candidato, apostaria no outro se fosse mais racional. O João Abdouni avisou que o Meirelles provavelmente não seria o próximo Ministro da Fazenda. Nícolas Merola identificou em quais ações o mercado estava apostando no candidato.
Resumindo, nossos clientes e leitores foram avisados e se prepararam para o cenário que, no final, acabou se consolidando.
E agora?
Já temos parte das variáveis importantes para tomar decisões, mas não todas. Sabemos quem é o presidente, porém, não sabemos nada de sua política econômica. E, nesse sentido, estaremos em um dilema nos próximos dias. Sabemos que em algum momento, a principal parte do ministério será anunciada e o que acontece daqui até lá com o mercado é muito importante.
Se o mercado, por exemplo, piorasse de forma sensível, pode ser que fosse escolhido alguém para a Fazenda que acalmasse os ânimos, algo bom para o mercado. E, claro, vice-versa, então, se o mercado melhorar muito, o governo pode entender que não precisa agradar ao mercado e escolher alguém mais ideológico, o que seria ruim para o mercado.
Logo, estamos numa espécie de impasse dos prisioneiros, da teoria dos jogos. Sendo pragmático, não temos ainda todas as informações suficientes para montar um cenário de longo prazo e os próximos acontecimentos poderão nos dar pistas importantes para uma melhor alocação. Mas, de fato, ainda não considero que temos todos os dados necessários para uma conclusão mais longeva.
Porém, de uma coisa, podemos ter certeza, como falamos no Relatório “Sem eleição, o mercado estaria pior”. Nas últimas semanas, o mercado tem praticamente ignorado acontecimentos locais que não fossem diretamente ligados à eleição e, principalmente, notícias e dados externos. A situação do mundo se tornou bem mais complexa e gradualmente isso vai voltar a ter impacto nos preços de nossos ativos.
Hoje, a melhor estratégia é acompanhar de perto a evolução do cenário, dia a dia, junto com a gente. Nossas carteiras recomendadas hoje devem ir para suas máximas históricas.
Rodrigo Natali, estrategista-chefe na Inv Publicações.
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