O malabarismo do governo para disfarçar o pibinho
O governo de Jair Bolsonaro parece empenhado em tentar passar a (falsa) impressão de que o pibinho de 1,1% em 2019 não foi um pibinho, mas um pibão...
O governo de Jair Bolsonaro parece empenhado em tentar passar a (falsa) impressão de que o pibinho de 1,1% em 2019 não foi um pibinho, mas um pibão.
Em uma série inacreditável de postagens nas redes sociais, a Secom inventou uma divisão entre “PIB privado” e “PIB público” — que, evidentemente, não existe — para passar o pano em cima do tímido resultado econômico do primeiro ano de governo.
“O resultado geral sofreu influência dos primeiros meses de 2019 e ofusca o mais importante: os números positivos percebidos com o avanço das reformas essenciais promovidas pelo governo”, tuitou o perfil da Secom, referindo-se ao PIB do ano passado.
A partir daí, começa o malabarismo econômico e retórico:
“No modelo adotado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, a exemplo de países mais desenvolvidos, o Estado deixa de ser o protagonista na economia do país e dá espaço à iniciativa privada, o que se traduz em crescimento sustentável, sem manipulação do poder público. […] Por exemplo, no 2º semestre de 2019, com o avanço de medidas de desburocratização e de responsabilidade fiscal, como a Nova Previdência e a Lei de Liberdade Econômica, o crescimento anualizado foi de 2,3%, o melhor resultado para o período em 7 anos. E o melhor: crescimento real.”
E mais:
“Apesar do alarmismo difundido, o crescimento de 1,14% era esperado. O baixo desempenho no 1º trimestre, que se deu pelo cenário de crise iminente herdado após um crescimento artificial, influenciou no resultado. Isso representa desaceleração no crescimento do Brasil? NÃO!”
Por exemplo, no 2º semestre de 2019, com o avanço de medidas de desburocratização e de responsabilidade fiscal, como a Nova Previdência e a Lei de Liberdade Econômica, o crescimento anualizado foi de 2,3%, o melhor resultado para o período em 7 anos. E o melhor: crescimento real. pic.twitter.com/rB1CyfAwJT
— SecomVc (@secomvc) March 5, 2020
No modelo adotado pelo do governo do presidente @jairbolsonaro, a exemplo de países mais desenvolvidos, o Estado deixa de ser o protagonista na economia do país e dá espaço à iniciativa privada, o que se traduz em crescimento sustentável, sem manipulação do poder público. pic.twitter.com/ogwHQPT876
— SecomVc (@secomvc) March 5, 2020
E não parou por aí. O Ministério da Economia, por meio de uma “nota informativa”, também falou em “PIB privado x PIB público” no título do comunicado — embora não tenha referendado explicitamente, no texto, as extravagâncias dos tuítes da Secom.
Como noticiamos, Bolsonaro minimizou o pibinho, e Paulo Guedes afirmou que o resultado estava “dentro do previsto”. O único a cometer sincericídio foi Mansueto Almeida, secretário do Tesouro, que reconheceu o óbvio: “Não é normal um país como o Brasil crescer 1% ao ano. Isso causa frustração em vários segmentos da sociedade”.
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