O cardápio de Haddad e a indigestão nacional
A semana do ministro da Fazenda começou com um almoço com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A refeição promete ser indigesta para, pelo menos, um dos comensais...
A semana do ministro da Fazenda começou com um almoço com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A refeição promete ser indigesta para, pelo menos, um dos comensais. Depois do comunicado do Copom sem sinalização de início dos cortes na Selic, o relacionamento entre os dois azedou. O BC pode corrigir a receita com a Ata, mas a realidade é que, seja como for, não há mais como diminuir a pimenta.
No menu de Haddad, além do BC cozido em banho-maria, ainda tem o arcabouço fiscal, que pode ter desandado de vez após as mudanças propostas pelo Senado. E, na Câmara, um Arthur Lira bastante incomodado com os ataques cada vez mais frequentes vindos do governo é quem vai servir o novo marco fiscal.
O apetite do chefe da Fazenda, porém, não para por aí. Haddad ainda tenta abocanhar a reforma tributária, com um texto que promete deixar os alimentos básicos mais caros e desagradar o paladar do agronegócio.
Não bastasse o menu degustação digno de apetites que poucos fariam justiça, Haddad resolveu meter a colher também na discussão sobre o plano diretor do município de São Paulo.
O melhor para o ministro agora seria evitar pratos pesados nos próximos dias: frutos do mar são uma péssima escolha neste momento.
Lula, que nutre a ideia de que Campos Neto é um infiltrado bolsonarista, deve piorar a situação com um encontro com o presidente Alberto Fernandez, que está de pires na mão em busca de um auxílio para tirar a Argentina da situação de penúria em que se encontra.
Para o contribuinte brasileiro, resta o chá de boldo para lidar com a indigestão.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)