Nvidia anima bolsas, mas contas públicas atrapalham Brasil
Ações de tecnologia lideram altas nas bolsas pelo mundo, mas animação pode ser contida por FED mais austero e risco fiscal no Brasil
As bolsas de Wall Street iniciaram o dia apontando para novos recordes históricos após o resultado da Nvidia. A ações da fabricante de chips sobem quase 7% nas negociações pré-abertura dos mercados e devem animar investidores globais, após lucro acima das expectativas e previsão de crescimento nas vendas da companhia. O índice futuro da bolsa de tecnologia americanda Nasdaq operava em alta de 0,88%, às 7h35, enquanto que o S&P500 indicava uma abertura em alta de 0,53%.
Ambos os indicadores podem alcançar novos recordes históricos nesta quinta-feira, 23, caso o otimismo com as empresas de teconologia se confirme na sessão. O índice Nasdaq 100 está a uma alta de 0,25% da máxima de 18.752 pontos. O S&P 500, que reúne as 500 principais empresas americanas, precisa fechar com valorização acima de 0,26% para renovar o recorde de 5.321 pontos. Os indicadores acumulam alta de 11,,93% e 11,26%, respectivamente, neste ano.
Na contramão, a Ata do Fomc (Comitê Federal do Mercado Aberto), divulgada na tarde de quarta-feira, 22, apontando a disposição de alguns membros do colegiado de deixar a política monetária americana mais restritiva pressionou a curva de juros americana e pode conter o bom humor dos investidores.
Por aqui, o aprofundamento da previsão de déficit das contas públicas para 2024 no relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do Ministério do Planejamento, com aumento dos gastos em velocidade e volumes maior que a arrecadação, pesou sobre os ativos. De acordo com os dados do governo, a expectativa de desequilíbrio nas contas, que era de déficit de 9,3 bilhões reais em fevereiro passou para déficit de 14,5 bilhões de reais após o realizado até abril deste ano. Embora, o número ainda esteja longe do limite imposto pelo arcabouço fiscal (estimado em 28,8 bilhões de reais) a deteriorarção constante das expectativas preocupa o mercado financeiro.
Além disso, a reclamação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que a meta de inflação de 3% é “exigentíssima” também pode continuar a pressionar os ativos locais. A fala do ministro em audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, na quarta-feira, 22, ecoou as reclamações de Lula no primeiro semestre do ano passado, quando o petista defendia a alteração do objetivo para reduzir os juros.
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