Neoindustrialização?
O novo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban defende que o discurso pró-reindustrialização precisa ser atualizado para a "neoindustrialização"...
O novo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban (foto) defende que o discurso pró-reindustrialização precisa ser atualizado para a “neoindustrialização”. Em entrevista à Folha de S. Paulo, ele também disse que evita usar a palavra subsídio quando fala sobre incentivos e financiamentos direcionados.
“Há uma percepção de atualização. O fato de mudarmos de discurso, de reindustrialização para neoindustrialização, nos motiva mais ainda. Ao olhar para a frente, não podemos falar que é simplesmente uma reindustrialização. O Brasil já foi mais industrializado, mas ainda é, com nichos de indústria de ponta Mas no todo, temos de repensar onde precisamos recuperar, estimular e até mesmo apoiar necessidades em setores que precisam ter novas vantagens competitivas ou mitigar desvantagens”, afirmou Alban.
Sobre os subsídios, ele diz que a palavra ficou “muito pejorativa”.
“Ninguém reclamava de subsídio na época que deu grande impulso no agro, e hoje temos grande admiração pelo agro. Nenhum setor na história do Brasil foi mais subsidiado do que o agronegócio no início da sua pujança. Isso fez mal ou bem? Mas eu não quero usar a palavra subsídio. Incentivos, financiamentos mais direcionados“, disse o novo presidente da CNI.
“[…] Tanto se fala em Sudene, Sudam, Zona Franca. Nós vivemos em um país desigual, com hiatos significativos. E eu não conheço nenhuma forma de tratar desiguais, a não ser de forma desigual, para mitigar essa desigualdade. No caso da Zona Franca, ela gera, segundo estatísticas, um incentivo e uma [renúncia], que hoje é considerada a maior dos setores regionais. Mas qual é hoje a lógica de sustentabilidade econômica e social daquela região? […] Não podemos achar que vamos tirar, ou vamos combater, um incentivo que é dado a uma região para dar um novo viés econômico e social de crescimento sem ter uma alternativa”, acrescentou.
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