Mercados ensaiam repique, após tensão com sistema bancário
O receio de contágio no sistema financeiro após o anúncio da quebra de dois bancos nos Estados Unidos continua a impulsionar a postura de aversão a risco, mas neste início de terça-feira alguns investidores parecem estar calibrando as expectativas...
O receio de contágio no sistema financeiro após o anúncio da quebra de dois bancos nos Estados Unidos continua a impulsionar a postura de aversão a risco, mas neste início de terça-feira alguns investidores parecem estar calibrando as expectativas. Ontem os movimentos ligados, principalmente, à renda fixa norte-americana foram fortes e deixaram claro a preocupação com a saúde do sistema financeiro global, após décadas de taxas de juros próximas a zero.
A migração de recursos para os títulos públicos com vencimento em dois anos, em uma tentativa de garantir taxas melhores antes de um possível movimento de corte de juros pelo FED (Federal Reserve) fez que com o que o rendimento dos papéis desabasse. A queda de 60 pontos base foi a maior desde os anos 1980. Agora pela manhã, no entanto, as taxas se recuperam e sobem cerca de 25 pontos base.
Nem mesmo as declarações de autoridades norte-americanas evitaram o estresse do mercado na segunda-feira. O presidente dos EUA, Joe Biden, chegou a dizer que fará o que for preciso para garantir os depósitos dos clientes nos bancos com dificuldades de liquidez, e o FED (Federal Reserve) garantiu uma linha de financiamento para as instituições financeiras que possam se sentir pressionadas por pedidos de saques.
Hoje, os investidores continuam de olho em possíveis desdobramentos no setor e também na divulgação de dados de inflação nos EUA, que podem definir de vez os rumos dos juros há uma semana da reunião da autoridade monetária norte-americana para tratar do tema. Ontem, a curva de juros por lá chegou a precificar cortes de juros a partir de junho.
Por aqui, além da saúde do setor bancário no radar, há grande expectativa pela divulgação do novo arcabouço fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, promete revelar a proposta de nova âncora fiscal ainda esta semana, logo após, segundo ele, a aprovação do presidente Lula das regras.
Com agenda econômica fraca na semana, o mercado por aqui tem acompanhando os Estados Unidos e ontem também viu as taxas de juros futuras cederem em todos os vencimentos. O movimento passou a precificar uma chance de 15% de um corte na Selic já na semana que vem. A partir de junho, porém, o mercado dá como certa a redução, em pelo menos, 25 pontos base na taxa básica de juros nacional.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)