Mercado de olho (e ouvidos) em Haddad e Campos Neto
Fala do ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central em evento podem dar o tom do dia para os investidores
O evento Macro Day, promovido pelo BTG Pactual, deve concentrar bastante atenção dos investidores na terça-feira, 20. O evento conta com falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Campos Neto, logo pela manhã e pode mexer com expectativas do mercado financeiro.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, também participa do encontro e deve pasar um panorama dos prognósticos das matérias econômicas na Casa.
Na bolsa de valores, o Ibovespa tenta manter vivo o rali de agosto, que acumula alta de 6,37% no m?mês e, na segunda-feira, 19, estabeleceu nova máxima histórica para o indicador, aos 135,777 pontos.
O câmbio tem aliviado a pressão recente sobre o real e chegou a ser negociado abaixo de 5,40 reais na segunda-feira, patamar visto há mais de um mês. Boa parte desse efeito tem sido atribuído às declarações de Roberto Campos Neto e de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central.
Ambos tem apresentado um tom mais rigoroso sobre a política monetária e alimentado expectativas de juros mais altos ainda este ano. Isso parece ter aumentando o interesse em operações de carry trade – que aplicam no diferencial de juros entre o país de origem e o que recebe o investimento. – e impulsionado a valorização do real.
Para os juros, os investidores tem ampliado as apostas de um aumento de, pelo menos, 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) em setembro. A curva futura precifica agora as chance de uma correção ainda maior, de +0,50 p.p.. As opções de Copom da B3 também são majoritárias na direção de alta da Selic no mês que vem, indicado mais de 70% de chances de um aumento na taxa básica de juros.
No cenário político, o Senado Federal deve votar nesta terça-feira, 20, o relatório do senador Jaques Wagner (lider do governo na Casa) sobre o projeto da desoneração da folha de pagamentos, com as medidas de compensação pelo benefício fiscal.
O texto estabelece a reoneração progressiva para as empresas dos 17 setores da economia beneficiados até 2027, com a alíquota partindo de zero este ano, com incrementos de 5% a cada anao, chegando ao patamar de 20% (reoneração total) em 2028.
Os municípios ficam com a cobrança de 8% em 2024, com incrementos de 4% até 2027, quando restabelecem os 20% da alíquota original.
Para compensar o impacto na arrecadação, o relator incluiu no parecer uma série de medidas de compensação. A mais polêmica delas e que deve enfrentar mais resistência dos parlamentares diz respeito ao aumento da taxação do JCP de 15% para 20%.
O texto prevê ainda a atualização de valor dos bens imóveis, com tributação incidindo sobre a diferença entre o valor de mercado e o custo de aquisição, além de repatriação de recursos e uma negociação de dívidas e multas de empresas com agências reguladoras e da arrecadação com a taxação das compras internacionais abaixo de 50 dólares.
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