Mercado começa a perder paciência com descompromisso fiscal
As expectativas para a taxa básica de juros, a Selic, no fim do ciclo de cortes do Banco Central passou de 9% ao ano para 9,5% a.a. desde o começo do ano com o retorno dos temores fiscais pelos investidores...
As expectativas para a taxa básica de juros, a Selic, no fim do ciclo de cortes do Banco Central passou de 9% ao ano para 9,5% a.a. desde o começo do ano com o retorno dos temores fiscais pelos investidores. A atenção dos agentes do mercado se voltou para a questão fiscal, com preocupações em relação à possibilidade de revisão da meta de déficit zero para 2024.
Além disso, líderes do Senado defendem a devolução total da MP (Medida Provisória) da Reoneração, considerada essencial para zerar o déficit, após reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o que pode piorar o combalido relacionamento entre Legislativo e Executivo.
A estratégia atrapalhada do governo para evitar o adiamento da desoneração da folha após a derrubada do veto presidencial pelo Congresso Nacional com a apresentação de uma MP com o mesmo assunto poucos dias depois, parece ter sido o sinal de alerta para o mercado financeiro.
Lideranças partidária defenderam em reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a devolução da MP ao Executivo, mas o senador afirmou que não tomará uma decisão antes de consultar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Pacheco defendeu que o objetivo é encontrar uma solução sustentável para a arrecadação, em parceria com a equipe econômica.
Com a confiança se deteriorando, os juros futuros registraram o sétimo dia consecutivo de alta nas taxas. Para se ter uma ideia, desde o fechamento do dia 27 de dezembro (na véspera da apresentação do “plano” da equipe econômica para tentar barrar o adiamento da medida), a taxa para janeiro de 2025 acumula 10 pontos base de alta e voltou ao mesmo patamar de 12 de dezembro.
O movimento também contribuiu para piora no desempenho do Ibovespa, que nos últimos dias também sofreu com a queda nos preços das commodities. Nesta terça-feira, mesmo com a recuperação parcial dos preços do petróleo, o principal indicador acionário do país fechou em queda de 0,74% aos 131,4 mil pontos. No ano, o índice acumula mais de 2% de baixa.
As ações da Vale (-1,27%) e preferenciais do Bradesco (-2,69%) foram as principais contribuições negativas na sessao desta terça-feira, 9. O banco teve a recomendação rebaixada para venda pelo Goldman Sachs. A mineradora refletiu a baixa do minério de ferro.
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