Mercadante quer salvar Haddad com dividendos do BNDES
O montante repassado ao Tesouro Nacional pelo banco este ano deve passar dos atuais R$ 10 bilhões para cerca de R$ 15 bilhões
O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, anunciou, há pouco em evento, que o banco de fomento vai dobrar a distribuição de dividendos para ajudar no esforço pelo equilíbrio das contas públicas. De acordo com ele, o pagamento de proventos passará ao volume equivalente a 50% do lucro líquido da instituição financeira. Atualmente, o banco distribui 25% do lucro líquido, após constituição da reserva legal.
De acordo com o resultado apurado no ano passado, o banco pagou 5.2 bilhões de reais em dividendos mínimos obrigatórios, além de proventos complementares da ordem de 5,3 bilhões de reais, para o governo. O desembolso foi feito no mês passado.
“O BNDES está aumentando para 50% os dividendos a serem pagos para o Tesouro, R$ 15 bilhões a R$ 16 bilhões este ano. Queremos participar do esforço fiscal”, disse o presidente do BNDES durante participação no FII Priority Summit, no Rio de Janeiro.
Ainda de acordo com Mercadante, o valor extra, cerca de 5 bilhões além do desembolsado até agora seria pago ainda este ano para ajudar a equilibrar as contas públicas. O anúncio também pode servir como um aceno da ala política para Haddad.
O ministro da Fazenda saiu desgastado do episódio de devolução da MP (Medida Provisória) 1227, que previa a limitação da utilização de créditos tributários do PIS/Cofins, pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, na terça-feira, 11. A solução do parlamentar recebeu elogios do líder do governo na Casa, Jaques Wagner, que disse que a atitude interrompeu “o que seria uma tragédia sem fim” e foi aplaudida por Lula.
A proposta apresentada pela Fazenda, enquanto Haddad viaja pela Itália, recebeu críticas de boa parte das entidades representativas do setor produtivo e causou forte desconforto no Planalto. Como de praxe, Lula deixou o pepino para Haddad, mas deve sair publicamente em socorro ao ministro em breve.
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