Macron defende novo acordo Mercosul-UE: “É péssimo”
Em encontro com empresários na Fiesp, o presidente francês criticou os termos do acordo atual que ele e Lula enterraram
Após visitar a Amazônia e acompanhar o lançamento de um submarino no Rio de Janeiro, o presidente da França, Emmanuel Macron, enfim falou sobre o acordo Mercosul-União Europeia que ele e Lula (PT) enterraram.
Em encontro com empresários na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), o presidente francês criticou os termos do acordo atual e defendeu a elaboração de novo.
“O acordo Mercosul-UE como está sendo negociado agora é um péssimo acordo. Foi negociado há 20 anos”, disse Macron no discurso de fechamento do Fórum Econômico Brasil-França.
“Acho que tem que se considerar [no acordo] a biodiversidade e o clima, e isso não está, por isso não dá para defender, eu não defendo”, acrescentou.
“Então precisamos deixar de lado noções de algo construído 20 anos atrás e buscar um novo acordo, construído com base em novos objetivos, que tenha a luta contra o desmatamento, as mudanças climáticas e a luta pela biodiversidade no centro das prioridades”, completou.
Haddad não quer desistir do acordo Mercosul-UE
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por sua vez, disse que é preciso insistir no acordo Mercosul-União Europeia.
“Não devemos desistir desse acordo. Se foi possível aprovar a reforma tributária depois de 40 anos, por que não, depois de 20 aprovar um bom acordo União Europeia e o Mercosul”, afirmou.
O papel de Lula e Macron no acordo
Lula e Macron são os dois maiores responsáveis pelo enterro do acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
As negociações estavam em seus momentos finais, quando Lula inventou dois problemas: reclamou que a União Europeia queria punir o Brasil por questões do meio ambiente e que precisava impedir que os estrangeiros participassem de licitações de compras governamentais.
Macron, por sua vez, disse em 2023 que iria se opor à conclusão do acordo UE-Mercosul.
“É um acordo completamente contraditório com o que ele (Lula) está fazendo no Brasil e com o que nós estamos fazendo. Esse acordo, no fundo, não leva em conta a biodiversidade do clima”, disse o francês.
O argumento, meio sem sentido, demonstra apenas o temor do presidente francês em perder aprovação entre os produtores rurais de seu país, acostumados ao protecionismo comercial.
Em janeiro desse ano, Macron pediu à Comissão Europeia que interrompesse as conversas.
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