Lula mantém postura beligerante; dólar e juros sobem
A curva de juros futuros voltou a ser pressionada pela tensão gerada pelo Governo Federal com críticas do presidente contra a autoridade monetária....
A curva de juros futuros voltou a ser pressionada pela tensão gerada pelo Governo Federal com críticas do presidente contra a autoridade monetária. O dia, que seria de correção nas taxas após comunicado do Banco Central indicando uma postura mais austera no combate à inflação, recebeu uma dose extra de insegurança com indicações que Lula estaria buscando apoio no Senado Federal para a retirada do presidente do Banco Central do Brasil do cargo antes do fim do mandato.
Como consequência, o dólar, que iniciou o dia perdendo força contra o real, encerrou a sessão em alta de cerca de 1%, a R$ 5,29. A destemperança interna fez com que a moeda brasileira registrasse a pior performance entre as emergentes.
Os juros acentuaram o movimento de alta esperado pela decisão de manutenção da Selic em 13,75% pelo Copom (Comitê de Política Monetária) e chegaram a subir mais de 20 pontos base nos vencimentos mais curtos. As taxas para prazos mais longos também subiram com a perspectiva de que o governo pode tentar intervir na autoridade monetária para tentar cortar os juros mais rapidamente.
O Ibovespa também sofreu com o cenário interno e fechou a quinta-feira em baixa de 2,29%, aos 97,9 mil pontos, menor nível desde julho do ano passado. Para se ter ideia da força do movimento, praticamente, 90% das ações que compõem o índice encerraram a sessão em terreno negativo.
Amanhã, os investidores avaliam os números da prévia da inflação para tentar entender quais as possibilidades de cortes de juros ainda este ano. A precificação do mercado hoje indicava uma chance um pouco acima de 50% de uma redução na Selic em junho.
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