Klabin: o futuro é logo ali
A Klabin (foto) tem um modelo de negócios integrado. A empresa conta atualmente com uma capacidade de produção de 4,2 milhões de toneladas/ano de celulose; cerca de 38% dessa produção está relacionada à venda de celulose branqueada, que usualmente se transforma em receita com exportação...
A Klabin (foto) tem um modelo de negócios integrado. A empresa conta atualmente com uma capacidade de produção de 4,2 milhões de toneladas/ano de celulose; cerca de 38% dessa produção está relacionada à venda de celulose branqueada, que usualmente se transforma em receita com exportação. Com os outros 60% (ou 2,6 milhões de toneladas/ano), a companhia atua no mercado de papéis e papelões industrializados. Esses produtos são utilizados majoritariamente para embalagens de alimentos (como caixas de papelão e embalagens da empresa Tetra Pak) e caixas de papelão para e-commerces (como papel-cartão).
Como a Klabin atua em um segmento verde —muitas vezes, em substituição aos plásticos derivados do petróleo—, o setor vem recebendo um volume elevado de novas demandas neste sentido e, em razão disso, vem investindo pesadamente em sua expansão.
O primeiro projeto relevante é o Puma I, situado no estado do Paraná. A planta foi concluída em 2016, tem capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas de celulose e contou com um investimento na ordem de R$ 8,5 bilhões.
Na sequência, no ano de 2019, a empresa iniciou uma nova etapa, o chamado projeto Puma II, também voltado para a expansão de uma planta integrada —seu foco é no crescimento da celulose de fibra curta em uma primeira etapa e, na segunda parte, de papel-cartão. O projeto já teve sua primeira máquina entregue no ano passado e deve ser 100% concluído no primeiro semestre de 2023. Situada em Ortigueira, também no Paraná, a planta teve um investimento de R$ 13 bilhões e expandiu a capacidade de produção em mais 910 mil toneladas/ano.
No mês passado, com a conclusão da primeira fase do Puma II, a Klabin anunciou um novo projeto de expansão. Denominado Figueira e situado em Piracicaba, interior de São Paulo, a iniciativa contará com um investimento de R$ 1,6 bilhão. A primeira fase irá possibilitar um aumento de produção em papel ondulado acima de 100 mil toneladas por ano, e há espaço suficiente para dobrar a sua capacidade de produção.
Além disso, um novo projeto é esperado pelo mercado na região Sul; especula-se que possa ser algo grande, talvez até maior do que Puma II. Dados oficiais não foram divulgados, mas estimamos que essa nova etapa possa ser concluída até 2028. Para isso, a Klabin precisaria investir algo como R$ 13 bilhões ou mais, dada a inflação de materiais.
Em 2022, o lucro operacional ajustado da companhia deve ficar por volta de R$ 7,5 bilhões. Desse montante, 20% devem ser pagos em proventos aos acionistas, representando R$ 1,5 bilhão e uma renda em dividendos de 7,5%, mesmo com todos esses projetos de expansão ainda em andamento.
O futuro é logo ali
Nossa estimativa é que a Klabin tenha projetos de expansão até 2030, um horizonte de tempo de oito anos, e que a empresa possa ter um crescimento médio de lucro operacional de 13% ao ano, gerando com isso R$ 21 bilhões de caixa. Diante disso, ela poderá iniciar um processo de desalavancagem e também liberar um volume maior de caixa para a distribuição em forma de proventos aos acionistas. Nesse cenário, a companhia pode chegar a uma distribuição de R$ 5,3 bilhões em proventos, o que elevaria a renda para 25% na comparação com o preço atual.
Utilizando o método de desconto por dividendos, estimamos que o valor justo por ação da Klabin seja de R$ 39,50; dessa forma, observamos um potencial de dobrar o resultado. Se você gostou dessa tese de investimentos, clique aqui e conheça a série Ações Alpha.
João Abdouni, analista CNPI na Inv Publicações
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