Juros sobem e Ibovespa cai após Copom mais duro
Mudança de postura da autoridade monetária foi interpretada como aviso para início de redução no ritmo de cortes na Selic
Os investidores reagiram à decisão do Copom (Comitê de Política Monetária de abandonar a sinalização no plural e indicar um corte de 0,5 ponto percentual para apenas mais uma reunião futura com juros mais altos e pressão sobre as ações. Outro contribuinte para o comportamento foi o avanço das taxas de títulos americanos com vencimento mais curto.
Os juros futuros locais registraram um aumento em torno de 5 e 6 pontos nas porções média e longa da curva. Enquanto isso, o dólar, que iniciou a sessão em baixa, reverteu o movimento e encerrou do dia em 4,98 reais, em alta de pouco mais de 0,20% nesta quinta-feira.
Ibovespa contraria bolsas em NY e recua
No mercado acionário, o humor dos investidores também respondeu à mudança de postura do Banco central. O principal índice acionário do país encerrou o dia em queda de 0,75%, aos 128,2 mil pontos, na contramão do desempenho das bolsas em Wall Street.
A ações da Petrobras (-2,72% PN; +2,04% ON) e as do setor financeiro foram os principais responsáveis pela queda. Tanto bancos quanto o setor de consumo sofreram pressão após a decisão do Copom por uma postura mais rígida em relação à política monetária.
No caso específico da petroleira brasileira, os ruídos sobre a governança da estatal e o comunicado do governo propondo a continuidade de Jean Paul Prates como CEO da empresa, além da permanência de Pietro Adamo Sampaio Mendes na presidência do Conselho de Administração também afetaram os papéis.
Para sexta-feira, 22, os investidores devem se concentrar na primeira avaliação bimestral do orçamento este ano. A expectativa é que o governo apresente um resultado dentro dos limites da meta fiscal proposta de déficit zero para 2024. Com isso, fica afastado o receio com uma alteração do objetivo fiscal até o relatório de maio.
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