Juros só sobem de novo se mercado acalmar, diz Banco do Japão
Governador do Banco Central japonês diz que taxa deve permanecer no nível atual por algum tempo em função do estresse recente
Bolsas internacionais respiram aliviadas após o governador do BoJ, Shinichi Uchida, se comprometer a não aumentar os juros no país asiático enquanto os mercados estiverem instáveis.
“Acredito que o banco precisa manter a flexibilização monetária com a atual taxa de juros de política monetária por enquanto, já que a evolução dos mercados financeiros e de capitais no país e no exterior é extremamente volátil”, disse em evento com líderes empresariais em Hakodate, no norte do Japão.
Uchida explicou ainda que a política monetária japonesa não precisa acompanhar os movimentos de outras economias neste momento. “Em contraste com o processo de aumentos nas taxas de juros na Europa e EUA, a economia do Japão não está em uma situação em que pode ficar para trás se não aumentar a taxa de juros em um determinado ritmo“, disse.
A fala foi entendida como uma sinalização de maior cautela da autoridade monetária japonesa antes de novos ajuste nas taxas básicas. Os mercados acionários se recuperaram e o iene cedeu frente as principais moedas do mundo.
O movimento com a divisa japonesa deve ajudar também a apreciar o câmbio dos países emergentes, que sofreram nos últimos dias após o anúncio da alta de juros no Japão, na quarta-feira, 31. O peso mexicano e o rand sul-africano iniciaram o dia se apreciando frente ao dólar, com o novo cenário.
Por aqui, além dos desdobramentos das decisões monetárias no oriente, os investidores acompanham a divulgação de uma bateria de resultados corporativos das empresas listadas na bolsa de valores de São Paulo, com a apresentação de balanços de dez das 83 empresas que compõem o Ibovespa – principal índice acionário do país.
O mercado ainda calibra as apostas sobre a Selic para os próximos meses, após a divulgação da Ata do Copom, que fez os juros futuros dispararem na sessão de terça-feira, 6. O documento sugeriu que o Banco Central pode subir a taxa básica de juros em setembro, caso a pressão sobre o câmbio continue.
No fechamento do dia, a precificação do mercado apontou 95% de chances de uma elevação da Selic no mês que vem em 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).
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