Jean Paul Prates luta para não pular da panela para o fogo
Presidente da Petrobras se livrou da fritura, mas, ainda em banho-maria, busca alternativas para defender a presença no cargo
Após buscar publicamente o apoio do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para sobreviver à fritura que sofria e se manter na presidência da Petrobras, Jean Paul Prates segue trabalhando nos bastidores para não perder o cargo.
De volta aos corredores do Senado, Prates tem utilizado uma comparação peculiar para convencer os parlamentares sobre quem deveria mandar na petroleira. A senadores do PT e da base do governo, o presidente da estatal tem defendido que se a Caixa Econômica é da Câmara dos Deputados, a Petrobras deveria ser do Senado.
Desde que assumiu o cargo, Prates criou 48 vagas em assessoria e aumentando o poder de barganha em troca de apoio, o que foi inclusive questionado em reuniões do Conselho de Administração da companhia por representante dos empregados da Petrobras.
Temperatura máxima
O presidente da estatal tem enfrentado forte oposição dentro do governo Lula e esteve com a posição bastante ameaçada após ter defendido a distribuição de dividendos extraordinários pela empresa no início de março.
A situação atingiu a temperatura máxima após o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, admitir em entrevista o desconforto entre os dois.
“Sempre tive debates acalorados, verdadeiros. Mas debates transparentes sobre o que eu, como governo, defendo na Petrobras; e o presidente da Petrobras, naturalmente, [defende] como presidente de uma empresa. Os papéis são diferentes. Por isso há um conflito”, afirmou à época.
A permanência de Prates à frente da Petrobras ficou a um fio após rumores de que o presidente Lula teria oferecido o cargo ao atual presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, que teria recusado a missão.
Ciente de que se livrou da fritura, mas está sendo cozido em banho-maria, o presidente da petroleira também esteve no Senado na semana passada para o famoso beija-mão. Prates aproveitou o alto quórum da casa na votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) das drogas para reforçar as fileiras de defesa.
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