Investidores de olho em solução para Americanas e exposição dos bancos
A sexta-feira promete ser mais amena para os investidores nacionais, enquanto acompanham o desenvolvimento da crise da varejista Americanas, que ontem empurrou o Ibovespa para uma queda de 0,59%...
A sexta-feira promete ser mais amena para os investidores nacionais, enquanto acompanham o desenvolvimento da crise da varejista Americanas, que ontem empurrou o Ibovespa para uma queda de 0,59%, mesmo com as duas gigantes do índice, Vale e Petrobras, em alta.
A Via, outra varejista listada em bolsa, caiu mais de 5% na sessão sob receio de investidores. O movimento fez com que a empresa divulgasse fato relevante na noite de ontem explicando que as operações de “risco sacado” da companhia estão todas devidamente registradas nos balanços em conformidade com normas internacionais de contabilidade.
A operação que causou o que, por enquanto, está sendo chamado de inconsistência contábil envolve o chamado “risco sacado”, que é uma linha de crédito para antecipação de recebíveis. Por isso, os bancos também sofreram com o reposicionamento dos investidores, uma vez que podem ficar sem receber os empréstimos concedidos à varejista. Como ainda não há clareza sobre qual a exposição de cada instituição financeira, todos os bancos fecharam em queda ontem sob a desconfiança dos investidores.
No dia de hoje, é possível que notícias indicando paciência por parte dos credores e um acordo para aumento de capital das Americanas acalme o mercado. Além disso, parte dos investidores pode entender que as quedas de ontem foram exageradas.
No cenário macroeconômico, as medidas apresentadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, parecem ter sido bem assimiladas pelo mercado. O ministro afirmou que o plano divulgado ontem tem um potencial de aumento da receita da ordem de R$ 240 bilhões, o que transformaria o déficit primário esperado para este ano de R$ 230 bilhões em um superávit de cerca de R$ 10 bilhões.
Haddad, no entanto, assumiu um tom mais cauteloso e afirmou que o governo mira um déficit entre 0,5% e 1% do PIB, o que equivale a algo em torno de R$ 90 bilhões a R$ 100 bilhões. Hoje, o ministro se reúne com economistas e deve colher as impressões do mercado sobre o plano. Entre os convidados estão Joaquim Levy, do Safra; Bruno Funchal, da Bradesco Asset; Mansueto Almeida, do BTG e Mauricio Oreng, do Santander.
No exterior, o mercado acompanha a divulgação dos balanços do JPMorgan, Bank of America, Citigroup e Wells Fargo. Os futuros de Wall Street negociavam em leve baixa nesta manhã, depois de um dia de ganhos com dados da inflação norte-americana em linha com o esperado, o que reforçou as apostas de que o FED (Federal Reserve) deve adotar uma postura menos contracionista daqui pra frente.
No campos das commodities, o preço do minério de ferro subiu mais 1,93% na primeira parte da sessão em Singapura nesta manhã e é cotado a US$ 124,50 a tonelada. As perspectivas de aumento da demandas das matérias-primas em função da reabertura chinesa também estão impulsionando o preço do petróleo, com o barril tipo Brent em alta de cerca de 1% mais cedo, a US$ 84,83.
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