Inflação nos EUA e balanços no radar dos investidores
No cenário fiscal, mercado espera por movimento mais contundente do governo em direção ao equilíbrio nas contas públicas
O mercado financeiro está atento à divulgação do PCE (Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal) de junho nos Estados Unidos, que deve acelerar de 0,1% em maio para 0,2% agora, na comparação mensal. A leitura anual, no entanto, pode impulsionar ainda mais as apostas de que há espaço suficiente para o FED (Federal Reserve) iniciar o ciclo de corte de juros em setembro.
Para os últimos 12 meses, o indicador de inflação americana deve sair de 2,6% no acumulado até maio para 2,4% no mesmo período terminado no mês passado – o menor nível desde março de 2021.
Por aqui, os investidores devem reagir a temporada de balanços que, na quinta-feira, 25, após o fechamento, apresentou os resultados financeiros da gigante mineradora Vale, da operador de shopping centers Multiplan e da operadora de saúde Hapvida.
No cenário fiscal, o mercado avalia as medidas publicadas pelo governo nesta sexta-feira, 26, para reduzir as despesas com o BPC (Benefício de Prestação Continuada). O governo editou uma revisão nos critérios de concessão e manutenção do benefício. A estratégia faz parte do pacote de redução de quase 26 bilhões de reais nos gastos para o orçamento do ano que vem.
O equilíbrio das contas públicas continua a preocupar o mercado financeiro, que, após o IPCA-15 mais forte que o esperado, passou a precificar mais de 1 ponto percentual de alta na Selic até o fim de 2024. O Copom (Comitê de Política Monetária) se reúne na semana, quando deve manter a taxa básica de juros nos atuais 10,50% ao ano, mas os investidores esperam uma comunicação mais dura.
Com as incertezas sobre a capacidade do governo de cumprir a meta fiscal e a surpresa negativa com a prévia da inflação, a curva futura de juros dá como certa uma elevação de 25 pontos base na Selic no encontro do colegiado em setembro.
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