Inflação ao produtor nos EUA pode azedar ainda mais o mercado
Pressão sobre os preços nos Estados Unidos puxou juros pra cima em todo o globo e levou expectativa para Selic no fim do ano a 10% a.a.
Os números do PPI (Índice de Preços ao Produtor, na sigla em inglês) americano não deve ajudar a melhorar o humor dos investidores após os números mais fortes que o esperado para a inflação ao consumidor nos Estados Unidos.
A expectativa é de que o índice mostre arrefecimento da inflação ao produtor em março, que deve ficar em 0,3%, após 0,6% em fevereiro. Na leitura anual, porém, o consenso dos economistas consultados pela Bloomberg é de aceleração para 2,2% nos 12 meses terminados em março, contra 1,6% do mesmo período até fevereiro.
Mesmo se a pressão sobre os preços apontar desaceleração, o dado não tem força para mudar as apostas sobre o início nos cortes de juros básicos nas terras do Tio Sam. Durante a sessão de quarta-feira, 11, os investidores globais abandonaram as esperanças de um início do afrouxamento monetário no primeiro semestre e agora precificam o primeiro corte da taxa básica americana somente em setembro deste ano.
O movimento nas taxas nos Estados Unidos afetou a expectativa para os próximos movimentos do Banco Central do Brasil. Com o atraso para a redução dos juros americanos, os investidores estão vendo menos espaço para a continuidade do ciclo de cortes por aqui.
No fechamento dos negócios de quarta-feira, 10, a precificação da curva de juros futuros brasileira também sofreu forte alta nas taxas e a expectativa para a Selic terminal (taxa ao final do ciclo de cortes) passou para 10% ao ano. Um mês atrás, os preços futuros indicavam uma Selic a 9,5% a.a. no final de 2024.
As perspectivas de juros mais altos também empurraram os índices acionário para baixo e fizeram o dólar se valorizar contra a maioria das moedas globais.
Ainda na agenda econômica de interesse do mercado financeiro nesta quinta-feira, 11, as vendas no varejo devem mostrar os efeitos da política monetária nacional restritiva. O consenso de mercado aponta para uma queda nas vendas do varejo amplo de 0,8% em fevereiro, na comparação com janeiro. Na leitura anual, o recuo deve chegar a 1,5%.
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