Inflação americana dita juros, que afetam mercado local
Perspectivas sobre o início do ciclo de corte de juros nos EUA têm afetado o desempenho dos ativos locais e segurado as apostas em uma Selic mais alta
Os investidores locais retornam do feriado de olho nos números do deflator PCE (Gastos com Consumo Pessoal), que é o índice de pressão sobre preços alvo do FED (Federal Reserve). A meta de inflação de 2% do banco central americano mira nesse indicador. Por isso, o desempenho desses dados devem ter impacto significativo nas expectativa para os juros nos Estados Unidos.
A expecativa dos economistas consultados pela Bloomberg aponta para estabilidade do indicador em alta de 0,3% em abril, mesmo número de março, e 2,7% nos doze meses até o mês passado – também o mesmo nível do período anterior. Apenas a leitura mensal do núcleo da inflação do deflator PCE pode desacelerar na opinião dos especialistas, passando de 0,3% em marco, para 0,2% em abril.
Números mais altos que os esperados podem apagar a leve melhora nos juros curtos vista na sessão de quinta-feira, 30, após a revisão do PIB (Produto Interno Bruto) americano mais fraca que o esperado. O mercado continua precificando, pelo menos, um corte nas taxas básicas de juros por lá ainda este ano.
O futuro da política monetária americana tem influenciado fortemente a brasileira, por isso, os números da economia americana passaram a ser acompanhados com atenção pelos investidores locais. A demora para o início do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos, somada à deterioração fiscal por aqui, tem impactado as expectativas sobre o futuro da Selic, a taxa básica de juros brasileira.
No cenário político-econômico, expectativa pela divulgação da proposta do governo para compensação da receita perdida em função da desoneração dos 17 setores da economia e da contribuição previdenciária de municípios menores. A estimativa da Receita Federal do Brasil é de que a fatura fique por volta de 25,8 bilhões de reais.
Na Esplanada dos Ministérios, a aposta é que a medida restrinja a utilização do crédito presumido de PIS/Cofins. O instrumento é utilizado, principalmente, por empresas do agronegócio, para redução do imposto a pagar na compra de insumos.
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