Indefinição sobre corte de gastos faz dólar disparar a maior nível em três anos
Moeda americana fecha esta terça-feira, 29, a R$ 5,76, enquanto Haddad diz tentar convencer Lula a “fazer a coisa ajustadinha”
O dólar fechou em alta de 0,92%, a R$ 5,76, nesta terça-feira, 29, o maior nível desde 2021.
No cenário doméstico, a influência se dá após uma fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a incerteza do presidente Lula (PT) quanto à data do anúncio de medidas de contenção de gastos públicos
“Estamos fazendo as contas para ele [Lula], para fazer a coisa ajustadinha.
Ele está pedindo informações e estamos fornecendo. Não tem uma data. Estamos avançando na conversa, estamos falando com o Planejamento”, disse o ministro a jornalistas.
Lula tem recebido de Haddad um conjunto de medidas que podem ser propostas pelo governo ao Congresso Nacional. Na lista discutida pela equipe econômica estão mudanças no seguro-desemprego e no fundo de financiamento para a educação básica (Fundeb). Segundo o Globo, a equipe trabalha em um pacote de R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões.
Até o momento, o governo petista trabalha apenas com um pente-fino em benefícios sociais, com previsão de economia de R$ 25,9 bilhões em 2025.
Presidente do BC defende ‘choque fiscal’
Nos últimos meses de mandato à frente do Banco Central (BC), o presidente Roberto Campos Neto voltou a defender medidas fiscais para reduzir as taxas de juros no Brasil.
Em reunião com investidores nesta segunda, 28, em Londres, Campos Neto reforçou a necessidade de um “choque positivo” para reverter a previsão de inflação:
“Acredito que, se tivermos um choque fiscal muito grande, provavelmente conseguiremos sair com taxas mais baixas. Como esse processo vai acontecer eu não sei, e seria muito difícil dar um passo a passo do que eu acho que vai acontecer, mas acho que precisa ser algo que produza uma mudança de expectativa grande o suficiente para reverter a previsão de inflação e que impactasse a nossa reação de forma positiva“, afirmou o presidente da autarquia.
Cenário estrangeiro
No exterior, o apetite ao risco pressionou a moeda.
As vagas de emprego em aberto, nos Estados Unidos, caíram para o nível mais baixo em mais de três anos e meio em setembro, apontando para uma redução de disponibilidade no mercado de trabalho.
Além disso, o mercado tem aumentado as apostas para a vitória de Donald Trump na corrida pela presidência americana, no dia 5 de novembro.
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