Haddad lava as mãos na Petrobras
O ministro da Fazenda preferiu adotar uma posição de neutralidade na disputa entre Alexandre Silveira e Jean Paul Prates pelo comando da estatal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, preferiu adotar uma posição de neutralidade na disputa entre Alexandre Silveira e Jean Paul Prates pelo comando da Petrobras, registrou a CNN Brasil.
Em reunião nesta segunda-feira, 8, o chefe da equipe econômica reforçou ao presidente Lula sua posição pessoal sobre o assunto.
Segundo a emissora, Haddad defende que a política não deve suprimir o debate técnico relativo à gestão da estatal, como tem feito.
“O que eu discuto com o presidente são cenários econômicos da empresa e do Executivo”, disse o ministro da Fazenda.
Jean Paul Prates X Alexandre Silveira
Como mostramos, a crise entre o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, virou o novo embate para Lula. O petista não descarta a demissão de Prates e a indicação do atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, para o posto.
O episódio mais recente da disputa interna veio na discussão sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras. Prates defendia distribuir 50% dos recursos extraordinários aos acionistas, mas Silveira e o conselho discordaram diante de discussões sobre o fôlego da estatal para investimentos em energia limpa.
Na ocasião, Silveira defendeu que a Petrobras não tinha como objetivo exclusivo a “distribuição de lucros exorbitantes aos acionistas”. A decisão levou a uma perda de 55 bilhões de reais no valor de mercado da petroleira.
As condições de Silveira para a permanência de Prates
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, estaria disposto a aceitar a permanência de Jean Paul Prates na Petrobras, mas com condições.
A longevidade do atual presidente da estatal na posição estaria condicionada a uma mudança de comportamento.
Entre as principais críticas está o que é visto por parte do governo como a postura subserviente de Prates ao mercado financeiro, que ficou exacerbada na abstenção dele durante as discussões sobre a distribuição de dividendos extraordinários no Conselho de Administração da estatal.
Silveira reclama ainda da sabotagem de Prates contra a pauta de biocombustíveis no Congresso Nacional. O presidente da Petrobras estaria tumultuando as discussões do PL (Projeto de Lei) dos “combustíveis do futuro”, com a insistência da inclusão do diesel co-processado.
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