Haddad e Campos Neto abraçados para acalmar mercados
Estresse causado com a mudança da meta fiscal do governo para os próximos anos levou expectativa de Selic para 10,5% ao ano
Com agenda econômica fraca tanto no Brasil quanto no exterior, os investidores devem acompanhar com atenção as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ambos dão entrevistas no início da tarde desta quinta-feira, 18, em Washington.
Do lado do ministro da Fazenda, a missão é convencer o mercado financeiro de que o abandono das metas fiscais dos próximos dois anos por objetivos menos audaciosos, não significa descompromisso com o ajuste nas contas públicas. Além disso, Haddad ainda precisa persuadir os investidores sobre a manutenção do déficit zero neste ano.
O presidente do Banco Central deve tentar reduzir a temperatura na reprecificação dos juros curtos que levou as apostas para a Selic terminal (a taxa quando o Banco Central finalizar a ciclo de cortes) para 10,5% ao ano. Isso significa que, para o mercado, a autoridade monetária reduziria a taxa básica de juros em apenas mais uma reunião e em somente 0,25 ponto percentual.
A 2ª prévia do IGP-M (Índice Geral Preços – Mercado), que recuou 0,12% na 2ª prévia de abril, após queda de 0,31% em março, também pode ajudar na calibragem das expectativas para a inflação e, consequentemente, para o juros. Os números foram divulgados pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) há pouco.
No exterior, outro dado que pode trazer um pouco mais de clareza sobre a política monetária dos Estados Unidos é o de novos pedidos de auxílio-desemprego. O FED (Federal Reserve) tem chamado a atenção para a resiliência do mercado de trabalho como um dos possíveis fatores a pressionar os preços nos EUA e a taxa de juros a níveis mais altos por mais tempo.
No mercado de commodities, minério de ferro encerrou a primeira parte da sessão em Singapura em alta de mais de 1%, cotado a 116,80 dólares a tonelada. O petróleo operava em queda de 0,91%, às 8h30, negociado a 86,50 dólares o barril do tipo Brent.
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