A presidente da Executiva Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, foi ao X (antigo Twitter) classificar como mero ‘ataque especulativo’ a instabilidade do mercado em virtude dos sinais trocados emitidos pelo próprio governo Lula em relação às políticas de austeridade fiscal.

Na semana passada, após o Palácio do Planalto não indicar quaisquer medidas para cumprir o arcabouço fiscal, o dólar aproximou-se de R$ 5,90 e fechou no maior nível desde o início da pandemia de covid-19. A moeda norte-americana fechou o dia a R$ 5,87.

Nesta segunda, porém, após o governo federal indicar que o pacote de cortes será anunciado até sexta-feira, o dólar recuou para a casa dos R$ 5,77.

“Vender dólares quando a cotação sobe é o instrumento clássico dos Bancos Centrais para conter a especulação. O BC [Banco Central] de Campos Neto fez 122 intervenções desse tipo no tempo do Bolsonaro. E só duas, ano passado, no governo Lula. Agora responda se o dólar dispara por conta de uma crise fiscal inexistente ou pela sabotagem de Campos Neto?! É criminoso o que estão fazendo com o país”, disse Gleisi.

Haddad vai na contramão de Gleisi

Como mostramos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi obrigado a suspender uma viagem que faria para a Europa nesta semana para alinhavar, com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, as medidas necessárias para o ajuste fiscal.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou nesta segunda-feira, 4, que o governo Lula vai anunciar nesta semana o pacote de medidas de corte de gastos. Haddad cancelou viagem à Europa, atendendo ao pedido de Lula, de acordo com a versão oficial, e decidiu “se dedicar a temas domésticos”, conforme nota divulgada pelo Ministério da Fazenda.

“Minha ida [à Europa] estava dependendo dessa definição, se esta semana ou semana que vem seriam feitos os anúncios. Como o presidente [Lula] pediu para eu ficar e como as coisas estão muito adiantadas do ponto de vista técnico, acredito que estejamos prontos esta semana para anunciar [o pacote]”, disse Haddad.

A declaração veio após uma reunião no Palácio do Planalto com Lula e os ministros da Casa Civil, Rui Costa, das Relações Exteriores, Mauro Vieira e da Secretaria Geral, Márcio Macêdo.