Galípolo não promete segurar dólar “no peito”
Futuro presidente do BC contraria cobrança de Gleisi Hoffmann a Roberto Campos Neto
Futuro presidente do Banco Central, o diretor de política monetária da instituição, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira, 2, que a autoridade monetária não vai segurar o câmbio “no peito”.
Ao comentar a desvalorização do real frente ao dólar, que chegou à marca dos 6 reais, Galípolo disse que o câmbio flutuante “é um dos pilares da nossa matriz econômica”.
“Tem 370 bilhões de reais de reserva, por que não segura no peito? Mas quem está no mercado sabe que não é assim que funciona”, afirmou em evento a investidores.
Galípolo contraria Gleisi
A declaração de Galípolo, escolhido por Lula para assumir o comando da autoridade monetária, contraria a cobrança da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que, diante da disparada do dólar, disse ser “obrigação” do Banco Central “intervir no mercado”.
“BC de Campos Neto não fez nada para conter a especulação desencadeada desde ontem que já levou o dólar a 6 reais. A Fazenda já esclareceu que a isenção de IR até 5 mil reais será vinculada à nova alíquota para quem ganha mais de 50 mil reais por mês, sem prejuízo para a arrecadação. Era obrigação da ‘autoridade monetária’ intervir no mercado contra a especulação desde seu previsível início, com leilões de swap, exigência de depósitos à vista e outros instrumentos que existem para isso. É um crime contra o país”, escreveu Gleisi no X.
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“Juros mais altos por mais tempo”
No evento, Galípolo também afirmou que o cenário atual aponta para “juros mais altos por mais tempo”.
“Parece lógico que, para uma economia mais dinâmica do que se esperava, desemprego na mínima da série histórica, somada a uma moeda mais desvalorizada, que isso demanda uma política mais contracionistas, juros mais altos por mais tempo. É em cima desse cenário que o BC foi caminhando de um corte, para uma pausa e um ciclo de alta de juros que iniciamos nas duas últimas reuniões”, disse.
Para o futuro presidente do BC, a situação econômica atual é “desafio para uma geração”.
“Todos nós temos sido surpreendidos e isso passa por um desafio de uma geração”, afirmou.
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