Galípolo fala às vésperas de prévia da inflação
Mercado financeiro ainda busca elementos para calibrar expectativas sobre o futuro da taxa básica de juros, a Selic
O provável futuro presidente do Banco Central, mas ainda diretor de Política Monetária da autarquia, Gabriel Galípolo, volta à carga nesta segunda-feira, 26, com mais um evento público, desta vez no Tribunal de Contas de Teresina. Os discursos de Galípolo tem adotado tom bastante duro e guiado o mercado na direção de um início de ciclo de alta da juros ainda este ano.
No que parece ser um jogo combinado para garantir credibilidade ao ungido do presidente Lula e ex-número 2 do Ministério da Fazenda, o atual presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, e diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, fazem um contraponto às falas mais duras de Galípolo para controlar os ânimos do mercado, que chegou a flertar com a ideia de uma alta da Selic dm 0,50 ponto percentual em setembro.
Não é esperada uma mudança na estratégia, mas investidores ainda estão confusos com as diferenças nos discursos. A participação de Galípolo no evento será a apenas um dia da divulgação do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15), também conhecido como prévia da inflação oficial e que pode ajudar a calibarar as expectativas para a taxa básica de juros.
O consenso de mercado, de acordo com a Blomberg, aponta para uma desaceleração no indicado neste mês de agosto para 0,17%, depois do avanço de 0,30% no mês anterior. Na comparação anual, o número deve se afastar dos 4,5% do teto da meta de inflação registrados em julho para 4,34% agora.
A semana ainda terá dados do mercado de trabalho (apontado por Campos Neto como elemento que tornou o controle da inflação mais desafiador) com o Caged de julho, na quinta-feira, 29, e a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua no dia seguinte.
Por enquanto, no entanto, a precificação do mercado de uma alta de 0,25 ponto percentual na Selic na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) em setembro continua forte. Além disso, as opções de Copom da B3 ainda apontam apostas majoritárias em uma alta da taxa básica de de 0,25 p.p. em 40%, contra 37% pela manutenção e 25% em um reajuste de +0,50 p.p..
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