“Fixar o preço do petróleo não é como fixar o preço de um misto-quente”
Affonso Celso Pastore, entrevistado pelo Estadão, comentou a demissão de Roberto Castello Branco da Petrobras: “Acabou-se a ilusão de um suposto ‘liberalismo econômico’ do governo Bolsonaro que levaria à retomada do crescimento...
Affonso Celso Pastore, entrevistado pelo Estadão, comentou a demissão de Roberto Castello Branco da Petrobras:
“Acabou-se a ilusão de um suposto ‘liberalismo econômico’ do governo Bolsonaro que levaria à retomada do crescimento. Fixar o preço do petróleo não é como fixar o preço de um misto-quente. Ao repassar para os preços domésticos as variações do preço internacional do petróleo, a Petrobrás elevava os lucros e atraía capitais externos, o que ajudava a recuperar a economia. Se o governo ainda tivesse uma pálida sombra do liberalismo que propagava durante a campanha eleitoral, teria de deixar a empresa livre para fixar os preços no mercado interno, respondendo às variações internacionais.”
Ele disse também:
“Bolsonaro não é liberal, e sim um populista, semelhante a Viktor Orbán, na Hungria, Erdogan, da Turquia, Putin, na Rússia, com propensão a ser um ditador, como Maduro, na Venezuela. Não tem nenhum compromisso com a democracia, com a melhoria das condições de vida da população. Visa, apenas, à sua reeleição em 2022 e proteger-se contra o impeachment.”
E mais:
“Os empresários têm de sair da casca e começar a gritar no plano político. Vejo hoje uma retração como nunca vi antes. O sujeito escreve um artigo dizendo ‘olha, não chacoalha muito, um dia o Bolsonaro vai embora…’ O empresariado tem de se posicionar, olhar para o futuro do País. Não só o dele, o da empresa. Acho que é preciso um pouco mais de proatividade no campo político para que a gente construa um país melhor. A superação do desafio não vem sozinha.”
O Brasil precisa de mais Affonso Celso Pastore.
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