Fala de Powell deve dar o tom dos mercados globais
Discurso do presidente do FED deve indicar os próximos passos da política monetária na maior economia do mundo
A aguardada palestra do presidente do FED (Federal Reserve) no Simpósio de Jackson Hole, nesta sexta-feira, 23, tem o potencial de mexer com investidores pelo mundo todo. A expectativa é alta entre nos mercados, que estão atentos às pistas sobre a direção futura da política monetária dos Estados Unidos.
No cenário do banco central americano, a inflação tem mostrado sinais de desaceleração, embora ainda esteja acima da meta de 2% do FED. O mercado de trabalho parece estar começando a fraquejar com números de desemprego voltando a subir.
A dúvida agora é sobre quão rápido deve ser o relaxamento monetário para garantir a convergência da inflação à meta sem estrangular a atividade econômica. Os investidores precificam uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa básica americana como certeza para a reunião de setembro do Fomc (Comitê Federal do Mercado Aberto), mas ainda estão divididos sobre a possibilidade de um início de ciclo mais forte, com 0,50 p.p. de corte.
As repercussões da fala de Jerome Powell, portanto, devem ajudar o mercado a calibrar as apostas. Os efeitos devem ser sentidos por aqui inclusivo. Uma mensagem mais dura do presidente do FED, indicando um corte mínimo na taxa, pode fortalecer o dólar americano e pressionar os mercados acionários, enquanto um tom mais dovish pode impulsionar os mercados e influenciar um aprofundamento nas expectativas de relaxamento da política monetária.
Na quinta-feira, 22, em antecipação ao discurso, os investidores reduziram as apostas em um corte mais incisivo dos juros em setembro nos Estados Unidos. O resultado foi a disparada da moeda americana contra os emergentes – um ajuste para a desvalorização registrada dias atrás quando a convicção em um corte de 0,50 p.p. era mais forte.
O movimento de reapreçamento dos juros futuros americanos impactou também as taxas a termo por aqui, com a curva futura registrando alta em todos os vencimentos e pressionando ainda mais o Banco Central brasileiro por um ajuste na Selic.
A fala de Powell está marcada para às 11h e terá transmissão ao vivo pelo canal do FED de Kansas City no Youtube.
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