Exterior e fiscal ruim colocam piso de 10% na Selic
O pessimismo liderou a performance dos ativos nacionais nesta terça-feira. O dia começou com ata do Copom (Comitê de Política Monetária) alertando sobre os obstáculos que a política fiscal do governo têm imposto ao combate à inflação e ao, consequente, corte de juros...
O pessimismo liderou a performance dos ativos nacionais nesta terça-feira. O dia começou com ata do Copom (Comitê de Política Monetária) alertando sobre os obstáculos que a política fiscal do governo têm imposto ao combate à inflação e ao, consequente, corte de juros.
Poucos minutos depois, a prévia da inflação oficial em linha com as expectativas para o indicador cheio poderia amenizar a aversão à risco, mas uma análise mais detalhada mostrou aceleração na inflação de serviços medida pelo IPCA-15 e adicionou cautela no mercado local.
A preocupação com a pressão sobre os preços e o equilíbrio das contas públicas se somou à alta dos rendimentos dos títulos americanos. O título de 10 anos do governo dos EUA não para de renovar máximas e, hoje, fechou as negociações em 4,53% ao ano. A alta do rendimento dos papéis americanos também afeta os espaço para a condução da política monetária por aqui.
As taxas negociadas nos juros futuros no Brasil também subiram em todos os vencimentos e apresentaram um novo piso para a Selic. A curva, agora, precifica o fim do ciclo de cortes em 10% a.a., quase que em resposta à ata do Copom sobre a possibilidade de a política econômica do governo impedir reduções maiores por pressionar a inflação e elevar o juro neutro.
O dólar subiu durante o dia todo para encerrar a terça-feira próximo a R$ 5, em mais um dia de recuperação da moeda americana frente as emergentes. Contra o real, a divisa dos Estados Unidos avançou 0,54% para fechar as negociações a R$ 4,99.
O Ibovespa também não resistiu ao mau humor interno e externo caiu 1,49%, aos 114,2 mil pontos. O dia foi marcado pelas quedas das maiores do índice: Vale, Petrobras e bancos foram as maiores contribuições negativas para o índice. Apenas 11 das 86 ações que fazem parte do indicador fecharam o dia no positivo.
Com a queda de hoje, o Ibov passa para o negativo no acumulado do mês em 1,34%. No ano, o índice ainda está positivo em 4,06%.
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