Expectativa pelo comunicado do BC sobre juros
Investidores estão atentos às definições sobre juros nos Estados Unidos e no Brasil. As novas taxas não devem surpreender o mercado, que dá como certa a manutenção dos níveis atuais americanos em 5,50% ao ano e um corte de 0,50 ponto percentual na Selic para 11.75% ao ano...
Investidores estão atentos às definições sobre juros nos Estados Unidos e no Brasil. As novas taxas não devem surpreender o mercado, que dá como certa a manutenção dos níveis atuais americanos em 5,50% ao ano e um corte de 0,50 ponto percentual na Selic para 11.75% ao ano.
As surpresas podem vir nos comunicados após as decisões. No cenário americano, o mercado financeiro procura por pistas que reforcem a precificação atual da curva futura de juros, que dá como certo o início do ciclo de afrouxamento da política monetária em maio.
Por aqui, algumas dúvidas surgiram nos últimos dias, após o governo federal aumentar a pressão sobre o Banco Central e o ritmo de cortes na Selic. Na terça-feira, Lula chegou a dizer que era preciso amolecer o coração do presidente da autoridade monetária. Em duas ocasiões, pelo menos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad indicou que espera uma aceleração nas reduções da taxa Selic após dizer que a política monetária tem “gordura para queimar”.
Com isso, os investidores devem procurar por alterações no comunicado do Copom (Comitê de Política Monetária) que abram margem para a mudança. O abandono ou uma alteração da expressão “os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado” utilizada nos dois comunicados passados será lido como um aceno a uma política monetária mais frouxa no futuro.
No cenário, político o governo continua a enfrentar dificuldades para fazer andar a pauta arrecadatória. A MP da subvenção do ICMS patina e pode frustrar a expectativa de arrecadação da Fazenda. A reunião da comissão mista que analisa a medida foi adiada três vezes e ainda não há segurança de que a matéria será apreciada na sessão desta quarta-feira. A leitura do parecer do relator da MP, deputado Luiz Fernando Faria, está marcada para esta manhã.
Além disso, há uma expectativa pela votação dos vetos presidenciais sobre o arcabouço fiscal, lei do Carf e desoneração da folha de pagamentos. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, agendou as discussões para quinta-feira. A depender do resultado dessas apreciações, o governo pode ter de ajustar a rota e pode ver as expectativas de equilíbrio fiscal desaparecerem por completo.
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