Ex-secretário da Receita Federal: ‘Bolsonaro é impulsivo e irracional’
Candidato a vice-presidente na chapa de Soraya Thronicke pela União Brasil, o ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra (foto) falou ao Estadão sobre sua passagem no governo Bolsonaro. Ele afirmou que o presidente atuou diretamente para demiti-lo em setembro de 2019 e que Bolsonaro agia de forma "impulsiva e irracional"...
Candidato a vice-presidente na chapa de Soraya Thronicke pela União Brasil, o ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra (foto) falou ao Estadão sobre sua passagem no governo Bolsonaro. Ele afirmou que o presidente atuou diretamente para demiti-lo, em setembro de 2019, e que Bolsonaro agia de forma “impulsiva e irracional”.
“Eu estava fazendo um trabalho, o ministro Paulo Guedes conhece esse projeto do Imposto Único Federal, ele (Guedes) apoiou. A ideia dele era caminhar nessa direção, mas o presidente Bolsonaro caiu naquela conversa bem explorada ao longo dos anos, que é a volta da CPMF, não tem nada a ver com CPMF. Ele, com aquele temperamento impulsivo e irracional dele, achou que não” disse.
“[…] Lembro que eu tive uma conversa com ele e ele falou assim: ‘isso aí tudo bem, é um projeto bom, eu sei, mas convença o povo de que é bom, que eu topo’. Ele lê manchete de jornal e acha que é CPMF e CPMF é odiada. Não é. […] O que nós pretendemos […] é juntar todos os tributos federais em apenas um, mantendo o imposto de renda, não podemos por enquanto abrir mão dele, não temos o imposto de renda, mas todos os outros serão unificados sobre o imposto sobre pagamentos”, acrescentou.
Cintra faz parte do grupo de WhatsApp de empresários que deram declarações a favor de um golpe caso Lula vença as eleições. O ex-secretário da Receita minimizou o conteúdo das conversas, que foram divulgadas pelo Metrópoles, e disse que elas não devem ser levadas a sério. Como mostramos, os empresários foram alvos de uma operação da Polícia Federal nesta terça (23).
“Acompanhei aquela conversa, mas nada a ver, é observação inconsequente, nada como estão querendo fazer, dando a impressão de que há um grupo de empresários articulando ou se mobilizando por um golpe, não vi nada disso. Estamos vivendo uma situação onde cada um tem sua justificativa, tanto para o bem quanto para o mal, estamos perdendo nossas liberdades fundamentais”, afirmou o ex-secretário ao jornal.
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