Ex-CEO da Americanas, alvo da PF, é preso em Madri
Miguel Gutierrez era considerado foragido pela Polícia Federal e seu nome estava na lista de procurados da Interpol
A polícia espanhola prendeu nesta sexta-feira, 28, em Madri, o ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez, publicou O Globo.
Alvo da Operação Disclosure, deflagrada na quinta, 27, ele era considerado foragido e seu nome estava na Difusão Vermelha da Interpol, a lista dos mais procurados do mundo.
Segundo o jornal, a prisão foi comunicada à PF nesta manhã.
Como Gutierrez tem cidadania espanhola, e o país não extradita seus cidadãos, ainda não está definido se ele será deportado ao Brasil.
Miguel Gutierrez e o rombo da Americanas
Alvo da PF, Miguel Gutierrez ficou oficialmente à frente da Americanas até dezembro de 2022, quando foi substituído por Sergio Rial, ex-CEO que ficou apenas nove dias no cargo e revelou a existência de “inconsistências contábeis” de 20 bilhões de reais.
No ano em que o escândalo eclodiu, ele se mudou para a Espanha, enquanto as investigações eram realizadas no Brasil.
Um inquérito produzido por um comitê independente apontou Gutierrez como mentor do esquema que levou as Americanas à recuperação judicial.
Documentos enviados pela empresa ao Congresso, durante a CPI da Americanas, alegam que o ex-CEO e membros de sua diretoria falsificaram contratos publicitários e ocultaram empréstimos para esconder dívidas da empresa e aumentar os lucros.
Em depoimento à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à Polícia Federal, Gutierrez afirmou que nenhuma decisão importante era tomada sem a aprovação de Carlos Alberto Sicupira, um dos três acionistas de referência da varejista, ao lado de Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles.
Gutierrez se desfez de ações da Americanas
O Ministério Público Federal (MPF) considera claro o uso de informação privilegiada na recente investigação de fraude contábil na Americanas. O ex-CEO Miguel Gutierrez e outros 10 executivos da varejista se desfizeram de ações da companhia, no valor de 258 milhões de reais, antes da revelação de um esquema de manipulação de resultados financeiros
Entre agosto de 2022 e janeiro de 2023, eles venderam ações, caracterizando, segundo o MPF, o crime de insider trading.
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