Estatal árabe desiste de comprar a Braskem
Nem as visitas de Lula aos Emirados Árabes ajudaram a Novonor, ex-Odebrecht, a fechar o negócio com a Adnoc
Após duas propostas e duas visitas de Lula aos Emirados Árabes, a estatal árabe Adnoc desistiu de comprar a Braskem. A decisão foi comunicada ao mercado por meio de fato relevante publicado pela petroquímica na manhã desta segunda-feira, 6.
No fim de 2023, a empresa havia iniciado um processo de due diligence na Braskem, que é uma investigação aprofundada sobre a situação da companhia a ser adquirida.
Antes, porém, a estatal havia encaminhado proposta não vinculante por 39,8% do controle da Braskem, no valor de 10,5 bilhões de reais. A empresa de Abu Dhabi demonstrou interesse pelo negócio a primeira vez, no primeiro semestre do ano passado, quando apresentou uma oferta em conjunto com a gestora de recursos americana Apollo.
Essa primeira proposta incluía o pagamento de 50% do valor à vista diretamente aos bancos credores da Braskem que detém ações da petroquímica como garantia das dívidas. O restante seria pago por meio de um título de dívida com prazo de sete anos e taxa de 7,25% ao ano em dólar.
O presidente Lula chegou a passar nos Emirados Árabes em duas oportunidades. Embora nada oficial tenha sido dito, acredita-se que o assunto da aquisição de parte da Braskem tenha sido tema das conversas.
Não foram apresentados motivos para a desistência da estatal árabe na compra da petroquímica que enfrenta problemas relacionados ao desastre ambiental em Maceió – e possíveis custos futuros relacionados a indenizações.
De acordo com o Fato Relevante, a Novonor, controladora da Braskem, segue plenamente engajada no processo de venda da companhia. A Novonor detém o controle da empresa com uma participação de 50,1% das ações ordinárias e 38,3% do capital total. A Petrobras é dona de 47% das ordinárias e de 36,1% do capital total.
No ano passado, a empresa recebeu propostas da J&F, Unipar e da petroquímica saudita Sabic, na foi para frente.
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