“Entendo a inquietação, faz parte”, diz Haddad sobre risco fiscal
O dólar fechou em forte alta na terça, 29, após o ministro da Fazenda dizer que não há prazo para o anúncio de medidas de corte de gastos
Um dia após o dólar superar a barreira de 5,75 reais e fechar no maior valor desde março de 2021, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 30, que a inquietação do mercado financeiro sobre o risco fiscal “faz parte”.
“Entendo a inquietação, faz parte. O mundo está nervoso por causa das eleições nos Estados Unidos, tem desaceleração na China, commodity está no vai e vem, mas com tendência de queda. Tem vários elementos que estão compondo esse quadro”, disse Haddad a jornalistas na saída do Ministério da Fazenda.
“Fizemos uma boa proposta, uma fórmula adequada. Assim como o arcabouço [fiscal], no ano passado, dissipou incertezas e a gente teve um ano excelente na sequência, com queda do juro, queda do dólar, ancoragem das expectativas. Eu espero que aconteça a mesma coisa [neste ano]. O trabalho que nós estamos fazendo é para que isso aconteça de novo”, acrescentou.
Para Haddad, “há muita ilusão a respeito de como funciona a economia”.
“Aconteceu isso com a reoneração dos combustíveis no ano passado, [quando] apostaram que o preço ia cair porque o dólar ia cair e muitas pessoas entendiam que o preço ia subir em função da volta do Pis/Cofins, e isso não aconteceu”, afirmou.
“Nós temos que tomar cuidado com esse tipo de ilusão. Há muita ilusão a respeito de como funciona a economia. Nós temos que calibrar direito para dar o melhor bem-estar possível para as pessoas”, continuou.
Sem data para o corte de gastos
O dólar fechou em forte alta na terça, 29, após Haddad dizer que não há prazo para o anúncio de medidas de corte de gastos.
“Não tem uma data. Ele [Lula] que vai definir”, afirmou Haddad a jornalistas. “Ele está pedindo informações e estamos fornecendo as informações que ele está pedindo”, complementou.
“Estamos avançando na conversa. Estamos falando muito com o Planejamento também. […] Estamos fazendo as contas para fazer algo ajustadinho”, completou.
À noite, o ministro da Fazenda participou de uma reunião de 4 horas e 30 minutos no Palácio da Alvorada com o presidente Lula.
Segundo Haddad, a reunião permitiu uma “convergência importante em torno de um princípio de reforçar o arcabouço fiscal”.
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