Duque, o nacionalista (Empreiteiras estrangeiras no Comperj 5)
O ex-diretor Renato Duque, preso em Curitiba desde março de 2015, era um dos “nacionalistas” mais aguerridos dentro da Petrobras...
O ex-diretor Renato Duque, preso em Curitiba desde março de 2015, era um dos “nacionalistas” mais aguerridos dentro da Petrobras. Durante a licitação do Gasoduto Urucu-Manaus, Duque bateu de frente com técnicos que sugeriram convidar empresas estrangeiras para a concorrência. Rememorando: a diretoria de Duque, apadrinhado de José Dirceu, era responsável pelas licitações de todas as áreas da companhia.
Os técnicos, que pertenciam à diretoria de Gás e Energia, consideravam que as empreiteiras nacionais estavam exorbitando nos preços. Procuraram empreiteiras que já haviam construído gasodutos em regiões inóspitas no exterior, levaram-nas para apresentar seus projetos na estatal, mas não teve jeito. Duque foi enfático: a ordem era contratar grandes construtoras brasileiras. A orientação, dizia o ex-diretor, vinha direto de Brasília. Era preciso criar empregos e fortalecer a indústria nacional.
Por trás do discurso pseudo-patriótico, estavam as gordas propinas pagas pelas empreiteiras brasileiras.
Duque é aquele ex-diretor que guardava obras de arte em um quartinho secreto em sua cobertura, na Barra da Tijuca. Não se sabe ainda quanto ele acumulou durante os quase nove anos em que permaneceu na diretoria que mais gerava propina dentro da Petrobras. Sabe-se apenas que foi muito, muito dinheiro.
Segundo o delator Zwi Skornicki, que pagava em nome do estaleiro Brasfels, Duque abandonou US$ 12 milhões dólares em uma conta na Suíça. O ex-diretor não pôde mexer no dinheiro depois da deflagração da Lava Jato. A fortuna refere-se à propina de apenas uma plataforma contratada pela Petrobras, a P-56.
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