Embraer divulga voto de acionistas para pressionar governo em parceria com a Boeing
A Embraer está preocupada com a possibilidade de recuo do governo na parceria com a Boeing e resolveu divulgar o voto dos acionistas que já se manifestaram favoráveis ao negócio. Ao todo, votaram favoravelmente...
A Embraer está preocupada com a possibilidade de recuo do governo na parceria com a Boeing e resolveu divulgar o voto dos acionistas que já se manifestaram favoráveis ao negócio.
Trata-se de uma medida pouco usual. Ao todo, votaram favoravelmente os acionistas que votam a distância e detêm 131,4 milhões de ações registradas – cerca de 20% do total.
“A Abradin (Associação Brasileira de Investidores) vê com estupefação a divulgação pela Embraer dos votos à distância 96 horas antes da votação presencial, na tentativa de influenciar os 80% de votos restantes”, afirma Aurélio Valporto, presidente da entidade.
Segundo ele, esses votos “são notadamente de estrangeiros, que não podem ser considerados na proporção de mais de 40% dos votos válidos”. Valporto suspeita que esses acionistas estejam recebendo algum “prêmio” pela venda do controle da companhia.
Para ele, a ausência de estudos por parte da Embraer sobre a operação torna “impossível que se faça um voto minimamente embasado”. “A Abradin reitera que esta é uma operação danosa à empresa, aos acionistas e à economia nacional, portanto o voto favorável à operação encerra, necessariamente, interesses inconfessáveis.”
Mais cedo, O Antagonista revelou que Jair Bolsonaro não foi devidamente informado por seus assessores dos aspectos negativos do negócio, como a transferência das atividades industriais para os EUA.
O governo possui uma Golden Share, que lhe dá o direito de vetar a operação.
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