É o fim do rotativo do cartão de crédito?
Uma declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (foto), sobre o possível fim do rotativo do cartão de crédito tem gerado ruídos desde...
Uma declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (foto), sobre o possível fim do rotativo do cartão de crédito, tem gerado ruídos desde ontem, quinta-feira (10).
Em audiência pública no Senado, Campos Neto sugeriu o fim da modalidade de crédito como medida para diminuir os juros no Brasil. Um grupo de estudo deve apresentar uma proposta nos próximos 90 dias.
Primeiro, a declaração de Campos Neto não passa do plano da sugestão. O Banco Central não pode acabar com o rotativo unilateralmente. É preciso que o Congresso aprove uma lei para extinguir a modalidade.
Parlamentares discutem incluir o fim do rotativo na edição da Medida Provisória (MP) do Desenrola, a cópia barata do governo Lula para uma proposta de campanha de Ciro Gomes. A MP foi apresentada no início de junho, ou seja, o Congresso tem até outubro para aprová-la. Senão, ela caduca.
"É muito difícil combater uma narrativa, mas o Banco Central tem uma grande preocupação com o social", diz Roberto Campos Neto em audiência no Senado. Ele se disse emocionado com elogios da senadora Damares Alves. https://t.co/kVxyyP3xV5 pic.twitter.com/BqvvU1OcNz
— O Antagonista (@o_antagonista) August 10, 2023
O que Campos Neto propõe é a substituição absoluta do crédito do rotativo pelo parcelamento do cartão de crédito. Essa troca já existe parcialmente desde 2017.
O crédito rotativo é aquele oferecido ao proprietário do cartão de crédito que não paga o total da fatura no mês. O valor não pago cai automaticamente na fatura do mês seguinte, acrescido de juros.
Essa modalidade tem a maior taxa do mercado no país, com juros chegando a 437% ao ano, ou 15% ao mês. Em julho, a inadimplência no rotativo ficou em 49,1%.
Para evitar a bola de neve nas dívidas dos consumidores, o Banco Central fixou, em 2017, fixou um limite que impede o uso do rotativo por dois meses consecutivos.
A partir da segunda fatura, as instituições financeiras são obrigadas a propor o parcelamento da dívida no cartão por meio de outra linha de crédito. Os juros desse parcelamento tendem a 196% ao ano, cerca de 9,5% ao mês.
Segundo Campos Neto em seu depoimento ao Senado, essa taxa de juros pode chegar a 181% ao ano, ou 9% ao mês, se o parcelamento do cartão for automático, e não oferecido apenas a partir da segunda fatura do rotativo.
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