Dólar atinge maior patamar em um ano com risco fiscal
Moeda americana chegou a 5,29 reais na máxima do dia. Última vez em que esteve nesse patamar foi em março do ano passado
O real continuou a perder valor nesta terça-feira, 16, um dia após o governo Lula abandonar as metas fiscais para os anos de 2025 e 2026. De acordo com o PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) 2025 encaminhado ao Congresso Nacional na segunda-feira, 15, o objetivo para as contas públicas no próximo ano passou do prometido superávit de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) para déficit zero no ano que vem.
Mas a revisão não ocorreu somente na meta para o próximo ano. Para 2026, o governo passou de um superávit de 1% do PIB para 0,25%. A notícia abalou os agentes econômicos e surpreendeu o mercado financeiro, que, embora, contasse com alguma mudança, não anteviu a magnitude do movimento.
No dia do anúncio, o dólar subiu 1,31% para encerrar a sessão a 5,19 reais. Nesta terça-feira, 16, a moeda chegou a bater 5,29 na máxima do dia. Às 14h45, a divisa americana se afastava um pouco do ponto de maior estresse sobre o câmbio no dia e era negociada a 5,26 reais.
Se encerrar as negociações nesse patamar, a moeda estará no maior patamar desde 23 de março do ano passado, quando encerrou a sessão em 5,30 reais. Apesar do movimento, o câmbio ainda está longe do pior dia do governo Lula, registrado no primeiro dia útil do mandato, quando o dólar foi negociado a 5,46 reais.
Neste ano, a moeda americana acumula alta de mais de 8% e é um dos melhores investimentos no período. O Ibovespa, o principal índice acionário brasileiro, recua mais de 6,5% este ano. Os juros futuros também dispararam com a percepção de risco fiscal e a precificação para a Selic terminal (no encerramento do ciclo de cortes da taxa básica pelo Banco Central) está em 10,25% ao ano.
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