Dividendos da Petrobras e risco fiscal na pauta do mercado
No exterior, força da balança comercial chinesa e falas de Powell podem afetar ativos na sessão
O balanço financeiro da Petrobras está no radar do mercado financeiro nesta quinta-feira, 7. A expectativa pelo resultado da empresa no quarto trimestre de 2023 está relacionada, não só ao desempenho da petroleira no período, mas também às dúvidas que surgiram recentemente sobre o pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas.
Essa expectativa se intensificou após o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, ter defendido “cautela” na distribuição de proventos da estatal e, dessa forma, ter colocado em dúvida a distribuição de 8 bilhões de reais em dividendos esperados pelas principais casas de análise.
Além disso, o resultado financeiro da Petrobras também será impactado pelo preço mais baixo do petróleo nos últimos três meses do ano passado, o que levaria a um lucro líquido de 34,6 bilhões de reais, cerca de 20% menor que no mesmo período do ano anterior.
No âmbito político, a divulgação de um estudo realizado pela consultoria de Orçamento da Câmara, a pedido do vice-líder do governo, deputado Pedro Paulo, aponta que o governo terá que bloquear algo em torno de 41 bilhões reais em despesas no primeiro relatório bimestral para alcançar a meta de déficit zero.
O volume do contingenciamento é superior às estimativas recentes do Planalto, que defende um bloqueio máximo de 25,9 bilhões de reais, e de declaração recente da ministra do Planejamento, Simone Tebet, que apontou recentemente que o bloqueio deve ficar abaixo de 20 bilhões de reais.
As diferenças nas projeções evidenciam a complexidade do tema e a dificuldade do governo para cumprir com a meta de zerar o déficit fiscal. O tamanho do corte pode forçar a equipe econômica a abandonar a meta fiscal atual, uma vez que o presidente Lula foi explícito em fala no fim do ano passado que não aceitaria um contingenciamento muito elevado para cumprir o compromisso fiscal.
No cenário internacional, a China confirmou a relevância do gigante asiático no comércio internacional com números fortes de exportações e importações nos primeiros dois meses do ano.
De acordo com os números revelados, as importações tiveram um crescimento anualizado de 3,5% no período, superando a previsão dos analistas, que era de 2%. Já as exportações apresentaram um aumento de 7,1% em janeiro e fevereiro, contra projeções na casa de 1,9%.
Com esses resultados expressivos, o superávit comercial chinês atingiu a marca de 125,16 bilhões de dólares, superando significativamente a estimativa de 106,8 bilhões de dólares.
Além disso, segue a atenção às falas do presidente do FED (Federal Reserve), Jerome Powell, que comparecerá ao Senado dos Estados Unidos para reforçar as mensagens transmitidas ontem na Câmara americana. Durante o discurso dessa quarta-feira, 6, Powell ressaltou que não é necessário esperar a inflação atingir a marca de 2% para reduzir as taxas de juros. Além disso, ele alertou para possíveis vulnerabilidades no sistema bancário.
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