Disputa por controle do Banco do Nordeste envolve crédito de R$ 30 bilhões
A disputa política pelo controle do Banco do Nordeste (BNB) envolve interesses pelo principal ativo da instituição, a carteira de microcrédito avaliada internamente em cerca de R$ 30 bilhões, diz Estadão...
A disputa política pelo controle do Banco do Nordeste (BNB) envolve interesses pelo principal ativo da instituição, a carteira de microcrédito avaliada internamente em cerca de R$ 30 bilhões, diz Estadão.
Como mostramos, na segunda-feira (27), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, aliado do governo Bolsonaro, pediu a demissão de toda a diretoria do banco. Em um vídeo divulgado pelo partido, Valdemar diz que foi questionado por Jair Bolsonaro sobre a existência de um contrato do banco no valor de aproximadamente R$ 600 milhões por ano com uma ONG. Ele indicou o engenheiro Ricardo Pinto Pinheiro, consultor do setor regulatório de energia e saneamento, para assumir a presidência da instituição no lugar de Romildo Rolim.
Segundo o jornal, Rolim entrou na mira do PL por se opor à estratégia de vender ao mercado privado a carteira de microcrédito no Nordeste. A ideia é defendida há anos por lobistas do mercado financeiro. O jornal também diz que Rolim nunca foi a primeira opção de Valdemar Costa Neto para o cargo. No ano passado, quando Bolsonaro entregou o Banco do Nordeste ao Centrão, o PL chegou a emplacar o nome de Alexandre Borges Cabral. No entanto, ele foi demitido por suspeitas de irregularidades em contratações na Casa da Moeda na época em que presidia a estatal, em 2018.
A mudança no comando do Banco do Nordeste abriria caminho para a entrada de uma diretoria que pode promover a cisão das operações de fomento do desenvolvimento regional, como administrador do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), do mercado de microfinanças. De acordo com o Estadão, inicialmente, a nova gestão promoveria uma licitação do microcrédito, que tem potencial eleitoral, e depois liberaria a venda para um banco privado. O Banco do Nordeste atende, por meio da operação, micro e pequenos empresários que não acessam créditos em quantias baixas em outras instituições financeiras e antes estariam restritas à agiotagem. O valor médio dos empréstimos é de R$ 2,7 mil.
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