O deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) apresentou, nesta semana, um requerimento de informação à ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, solicitando detalhamentos sobre a criação da Fundação IBGE+.

A nova entidade, de direito privado, foi criada para apoiar e financiar atividades do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas a falta de transparência no processo gerou dúvidas tanto na imprensa quanto entre os servidores do IBGE.

O requerimento aborda questões centrais sobre as atribuições da fundação, sua relação administrativa com o IBGE – hoje presidido por Márcio Pochmann (foto, ao centro) – e as fontes de financiamento previstas. O deputado destaca a necessidade de esclarecimentos sobre o impacto orçamentário da nova entidade, além de solicitar o envio de documentos que embasaram a criação da Fundação, como estudos técnicos, pareceres jurídicos e atas de reuniões.

“O sigilo mantido por meses sobre a criação da Fundação IBGE+ levanta questionamentos legítimos. Precisamos entender as razões para essa decisão e garantir que a missão institucional do IBGE não seja comprometida”, afirmou o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança.

Ele também ressaltou a importância de garantir que a fundação cumpra suas funções com transparência e não interfira na credibilidade das pesquisas conduzidas pelo IBGE.

A criação da Fundação IBGE+ gerou desconforto entre servidores do IBGE e setores da sociedade civil, que agora aguardam esclarecimentos sobre como a nova entidade irá operar e seu impacto no orçamento público.

Polêmicas que vem desde a indicação

Márcio Pochmann tomou posse como presidente do IBGE em agosto do ano passado no lugar de Cimar Azeredo, funcionário de carreira que ocupava o cargo de maneira interina.

A confirmação de Pochmann gerou desgastes políticos junto a ministra do Planejamento. O IBGE está vinculado a pasta dela, mas em entrevistas a ministra afirmou que não teria sido informada sobre a substituição no comando do instituto.

O anúncio partiu do ministro da Comunicação, Paulo Pimenta, e não do presidente Lula.

Márcio Pochmann é historicamente ligado ao PT. Já foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 2007 e 2012, período no qual acumulou críticas por tentativa de impor ações de cunho político sobre um órgão técnico