“De onde nada se espera, é daí que não sai nada mesmo”
Presidente do PSDB, Marconi Perillo, critica pacote fiscal anunciado pelo governo federal nesta quinta-feira, 28
O presidente do PSDB, Marconi Perillo, criticou o pacote de cortes anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Para ele, medidas como ajustes no Benefício de Prestação Continuada (BPC), aumento da idade mínima de aposentadoria dos militares, entre outras são insuficientes para trazer equilíbrio econômico ao Brasil.
“Após um enorme vai-não-vai que se estendeu por mais de mês, o pacote do corte de gastos do governo federal parece que se esqueceu de cortar gastos. Basta ver como o mercado financeiro recebeu as medidas: dólar batendo recorde, bolsa despencando e credibilidade da equipe econômica à míngua”, disse Perillo.
“O mundo político, o mercado financeiro e todo brasileiro preocupado com o futuro do país espera que seu governo seja responsável com as contas públicas. Economizar é uma tarefa difícil para quem só pensa em gastar e aumentar impostos para gastar ainda mais, como tem sido a tônica da gestão lulo-petista. Os cortes são necessários e mais que urgentes. O Brasil não aguenta mais déficit”, acrescentou o dirigente, que aproveitou o momento para alfinetar o governo federal.
“Mas como de onde nada se espera é daí que não sai nada mesmo, como dizia Barão de Itararé, pseudônimo do jornalista Apparício Torelly, ficaram de fora áreas onde os cortes são necessários, possíveis e desejáveis, mas que, na hora de assumir as responsabilidades, o governo faz de conta que não sabe que existem. O Brasil precisa de um verdadeiro choque fiscal, não de um pacote de faz de conta”.
Dólar dispara após anúncio do governo federal
A marca simbólica de 6 reais foi cruzada pelo dólar pela primeira vez na história nesta quinta-feira, 28, após a equipe econômica do governo Lula detalhar seu plano para contenção de gastos.
A moeda americana chegou a marcar 6,009 reais por volta das 11h20, um dia depois de ter fechado na maior cotação da história, 5,91 reais. Após o pico, o dólar voltou para o nível de 5,9 reais.
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A disparada é resultado da dificuldade do governo Lula, cuja economia é comandada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (foto), de convencer com suas promessas de responsabilidade fiscal.
“Vamos ver como isso acomoda”, comentou Haddad sobre a alta do dólar, que atribuiu a um “ruído” causado pelo “debate sobre a renda”, que não é um assunto que vai ser resolvido em três semanas, segundo ele. Mas quem colocou na mesa o “debate sobre a renda” foi o próprio governo Lula.
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