Crise com ações da Casas Bahia levanta suspeitas na Faria Lima
Um grupo de gestores ouvidos por O Antagonista sob a condição de anonimato alerta que a forma como a crise do Grupo Casas Bahia se desenrolou nos últimos pode indicar uma ação orquestrada para beneficiar alguns...
Um grupo de gestores ouvidos por O Antagonista sob a condição de anonimato alerta que a forma como a crise do Grupo Casas Bahia se desenrolou nos últimos dias pode indicar uma ação orquestrada para beneficiar alguns. A suspeita tem conexão com a forte aumento de posições vendidas contra a varejista nos últimos dias a forte queda no preço das ações hoje.
Para se ter uma noção, o volume de opções apostando na queda da ação da empresa passou de uma média de R$ 70 milhões desde o início do ano até sexta-feira passada para mais quase R$ 160 milhões nesta semana. Só hoje, o volume financeiro ultrapassou R$ 300 milhões, o maior patamar desde 14 de junho de 2019, quando o Grupo Pão de Açúcar resolveu abandonar o negócio e o comando do grupo voltou para a família Klein.
Alguns gestores acreditam que parte dos investidores poderia ter forçado a precificação muito abaixo do preço de mercado na subscrição da Oferta Pública de Ações recente, ao mesmo tempo em que se posicionavam vendidos no papel da empresa. Com a queda do preço das ações e a abertura de uma janela para desistência no follow on, a estratégia pode ter rendido um bom lucro aos envolvidos.
O rebaixamento da nota de crédito da varejista durante o processo também chama a atenção. A S&P Global alterou o rating das debêntures da varejista de “brAA-” para “brA-”, com perspectiva negativa, na escala nacional, na noite de ontem, e isso acabou provocando a abertura da janela de saída. De acordo com a agência, a revisão se deu após incorporar os resultados da companhia no primeiro semestre de 2023, que foram divulgados há pouco mais de um mês.
De acordo com uma das pessoas ouvidas pela reportagem, há de se aperta a fiscalização em eventos como esse. “É muito difícil ter certeza se esse é um movimento orquestrado ou não, mas a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) deveria investigar esse tipo de coisa“, defende o gestor.
As ações do Grupo Casas Bahia mostraram alguma recuperação após desabarem na abertura das negociações e, às 15h42, caíam quase 20%, a R$ 0,89.
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