As contas do governo federal registraram déficit primário de 58,44 bilhões de reais em fevereiro, o pior resultado para o mês em 28 anos.

Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, os números foram impactados pelo pagamento de 30 bilhões de reais em precatórios, valores que devem ser pagos pelo governo após decisões judiciais.

“Foi um mês atípico em função do pagamento de mais de 30 bilhões de reais que foram antecipados em precatórios […] Não há mais estoque de precatórios. Em julho, teremos um mapa para ser pago em 2025. Temos um saldo de Fundef, parcelado e não autorizado pagamento pelo STF. E requisições de pequeno valor, que vão sendo pagas ao longo do ano’, disse Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional.

Receita e despesas

A Secretaria do Tesouro informou que a receita líquida foi de 132,494 bilhões de reais. Já as despesas totalizaram 190,938 bilhões de reais.

O resultado primário do acumulado em 12 meses revelou um déficit de 252,9 bilhões de reais, valor equivalente a 2,26% do PIB brasileiro.

Divulgado na semana passada, o relatório de avaliação de receitas e despesas prevê um déficit primário de 9,3 bilhões de reais para 2023.

Com possibilidade de déficit de 0,25%, a meta fiscal do governo é de que o rombo em 2024 seja de até 28,8 bilhões de reais.

As contas do governo central em 2023

Composto por Previdência Social, Banco Central e Tesouro Nacional, o governo central registrou, em fevereiro de 2023, um déficit primário de 40,614 bilhões de reais.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a receita total cresceu 28,9 bilhões de reais, cerca de 18%. Já a receita líquida subiu 25,1 bilhões de reais, o equivalente a 23,4%.

As despesas, no entanto, apresentaram aumento de 41,1 bilhões de reais, cerca de 27,4%.

Em 2023, o governo federal registrou um déficit primário de 230,5 bilhões de reais.