CNI critica efeito da “ilusão ideológica” na indústria brasileira
O vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Leonardo de Castro, criticou a influência de ideologias políticas sobre o modelo de desenvolvimento da indústria...
O vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Leonardo de Castro, criticou a influência de ideologias políticas sobre o modelo de desenvolvimento da indústria.
“Não podemos mais manter uma ilusão ideológica que em nada ajuda o Brasil. Precisamos ter sinceridade e reconhecer que, nos últimos 40 anos, o Brasil foi o país que mais perdeu no conserto das nações”, comentou.
A declaração foi dada durante o lançamento do plano da Nova Indústria Brasil, nesta segunda-feira (22), em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília.
Leonardo de Castro afirmou que a nova política industrial anunciada pelo governo “redefine escolhas para o desenvolvimento sustentável, com mais investimento, produtividade, exportação, inovação e empregos, por meio da neoindustrialização”.
O plano da Nova Indústria Brasil delimita a agenda industrial e as balizas de desenvolvimento até 2033.
“A política foi produzida ao longo do segundo semestre de 2023 pelos membros do CNDI, que é composto por 20 ministérios, pelo BNDES e 21 entidades representativas da sociedade civil, do setor produtivo e dos trabalhadores”, informou o Palácio do Planalto.
O plano afeta setores como agroindústria, saúde, infraestrutura, transformação digital, bioeconomia e tecnologia de defesa.
A Nova Indústria Brasil prevê concessão de linhas de crédito favoráveis, para que empresas possam assumir serviços e obras do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e contratos com compras governamentais.
Entre os instrumentos de contratações públicas, a Comissão Interministerial de Inovações e Aquisições do Novo PAC irá definir os setores em que se poderá exigir a aquisição de produtos manufaturados e serviços nacionais.
O governo também poderá adotar margens de preferência para essas aquisições pelo poder público, mesmo que seu preço supere o de itens importados concorrentes.
No documento, o Executivo afirma que a nova política industrial também é uma resposta a um processo de desindustrialização do Brasil e ao baixo desenvolvimento e exportação de produtos com complexidade tecnológica.
Segundo o texto, as medidas devem “fortalecer a indústria brasileira, tornando-a mais competitiva, e, assim, capaz de gerar empregos, de elevar a renda nacional e de reduzir desigualdades”.
Veja parte das medidas:
- Agroindústrias: aumentar a participação do setor agroindustrial no PIB agropecuário para 50% e alcançar 70% de mecanização dos estabelecimentos de agricultura familiar.
- Indústria da saúde: produzir, no país, 70% das necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos.
- Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade: reduzir o tempo de deslocamento de casa para o trabalho em 20%, aumentando em 25 pontos percentuais o adensamento produtivo na cadeia de transporte público sustentável
- Transformação digital: transformar digitalmente 90% das empresas industriais brasileiras, assegurando que a participação da produção nacional triplique nos segmentos de novas tecnologias
- Bioeconomia e transição energética: promover a indústria verde reduzindo em 30% a emissão de CO2 por valor adicionado do PIB da indústria, ampliando em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes, e aumentando o uso tecnológico e sustentável da biodiversidade pela indústria em 1% ao ano
- Tecnologia de defesa: obter autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas para a defesa.
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