Classe média cresce no Brasil, mas continua pobre para os padrões globais
Estudo celebra aumento da classe média no país, mas revela que rendas classificadas como médias seriam pobreza em economias desenvolvidas
Um estudo da Tendências Consultoria revelou que, em 2024, 50,1% dos domicílios brasileiros passaram a integrar as classes A, B e C, superando as classes D e E pela primeira vez desde 2015.
Para integrar a classe C, foi considerada uma renda familiar mensal a partir de R$ 3.400, o que equivale a 2,24 salários mínimos de R$ 1.518, valor em vigor em 2025.
O DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) apontou que, em abril de 2024, o salário mínimo necessário para atender às necessidades básicas de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 6.912,69, cerca de 4,90 vezes o salário mínimo vigente à época.
Em outubro de 2024, o custo da cesta básica na cidade de São Paulo foi o mais alto do país, atingindo R$ 805,84. Esse valor representou 61,7% do salário mínimo líquido, que, descontados os 7,5% da Previdência Social, era de R$ 1.304,90. Para adquirir essa cesta, um trabalhador remunerado pelo piso nacional precisou dedicar 125 horas e 34 minutos de trabalho.
Entre outubro de 2023 e outubro de 2024, o custo da cesta básica em São Paulo aumentou 9,17%, enquanto no acumulado dos 10 meses de 2024, o crescimento foi de 5,89%. Produtos como carne bovina, óleo de soja e café tiveram os maiores aumentos de preço no período, impactando diretamente o orçamento das famílias.
Nos países da OCDE, a renda média mensal líquida per capita foi estimada em US$ 2.541, o equivalente a R$ 12.705 considerando a taxa de câmbio de R$ 5,00 por dólar. Essa renda é quase oito vezes maior que o rendimento médio no Brasil, que foi de R$ 3.123 no primeiro trimestre de 2024, aproximadamente US$ 640.
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