Chinesa BYD cola na Tesla em vendas de carros elétricos
"Orgulhosamente reivindicando o título de Campeã Global de Vendas!", celebrou a montadora chinesa, que enfrenta problemas trabalhistas em fábrica no Brasil
A fabricante chinesa BYD celebrou a venda de 4,3 milhões de veículos elétricos e híbridos em 2024, bem além da meta de 3,6 milhões. O 1,76 milhão de veículos elétricos puros vendidos encurtou a distância para a Tesla na corrida para se tornar a maior vendedora mundial do setor.
A Tesla, do bilionário Elon Musk, precisa alcançar vendas de 515 mil unidades no quarto trimestre para atingir sua meta de 1,81 milhão de veículos elétricos vendidos em 2024, destacou o Financial Times.
“Celebrando uma conquista histórica: a BYD entregou mais de 4 milhões de veículos de nova energia em 2024, orgulhosamente reivindicando o título de Campeã Global de Vendas! Junto com nossos clientes no mundo todo, estamos construindo um amanhã mais limpo e brilhante”, disse em nota a empresa chinesa.
Subsídios do governo
Outras montadoras chinesas do setor também se destacaram ao longo do ano que passou. A Li Auto, reconhecida como a primeira startup de veículos elétricos lucrativa do país, a Leapmotor e a Xiaomi produziram 500 mil, 290 mil e 135 mil veículos elétricos respectivamente, acima de suas expectativas para o ano.
Projeta-se que, neste ano, as vendas de veículos elétricos na China superem as de automóveis com motores de combustão interna pela primeira vez. Graças ao impulso de subsídios governamentais que somam centenas de bilhões de dólares ao longo da última década.
Um programa de troca implementado em abril de 2024 ofereceu aos consumidores cerca de 2.740 dólares (cerca de 17.000 reais) para trocarem seus carros movidos a gasolina por veículos elétricos, contribuindo ainda mais para o crescimento das vendas.
Briga interna
O Financial Times chama atenção ainda para uma intensa concorrência no setor de veículos elétricos chinês. Empresas como Xpeng e Nio não conseguiram atingir suas metas de vendas apesar de terem registrado crescimento em 2024.
Outrora promissoras, startups como HiPhi e Jidu – apoiada pela Baidu – colapsaram nos últimos anos. E o conglomerado automotivo Geely uniu suas sub-marcas Zeekr e Lynk & Co em novembro, para “simplificar operações”.
O presidente Xi Jinping elogiou os avanços da indústria em seu discurso de Ano Novo televisionado: “O volume anual de produção de veículos novos elétricos ultrapassou pela primeira vez os 10 milhões de unidades”.
Enquanto isso, na Bahia…
O governo brasileiro suspendeu a emissão de vistos de trabalho temporários para a BYD, informou o Ministério das Relações Exteriores na sexta-feira. 27 de dezembro.
A decisão foi tomada após a identificação de 163 trabalhadores chineses em condições análogas à escravidão em uma obra da empresa em Camaçari (BA).
Os trabalhadores, vinculados ao grupo Jinjiang, estavam em situação irregular, segundo as autoridades. O grupo negou irregularidades.
E Lula?
Lula recebeu por empréstimo, em 24 de janeiro de 2024, um veículo elétrico da BYD para usar por um ano.
Após as denúncias sobre trabalho análogo à escravidão na Bahia, o carro se tornou motivo de constrangimento para o petista, que é o maior expoente do Partido dos Trabalhadores (PT).
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