Chegou a hora das varejistas?
Ontem (21), o Banco Central manteve a taxa de juros em 13,75%, sinalizando o fim do ciclo de alta iniciado em 2021. Por conta disso, ações de setores domésticos, em especial o varejo, sofreram bastante com quedas que somaram até 90%...
Ontem (21), o Banco Central manteve a taxa de juros em 13,75%, sinalizando o fim do ciclo de alta iniciado em 2021. Por conta disso, ações de setores domésticos, em especial o varejo, sofreram bastante com quedas que somaram até 90%. Agora, com um cenário que pode ser mais favorável, companhias de melhor qualidade no setor podem ser um bom investimento, então, selecionamos algumas delas para este artigo:
Lojas Renner (LREN3)
A Renner é a maior varejista do Brasil, com aproximadamente 650 lojas, tem uma posição de caixa superior às suas dívidas de 1,3 bilhão de reais, o que é algo muito interessante, em uma empresa que historicamente apresenta uma alta rentabilidade. O resultado do segundo trimestre também impressionou a companhia que obteve um crescimento de 35% nas suas receitas na comparação ano contra ano. No entanto, as ações de varejista sofreram em suas cotações, com isso, estão sendo negociadas bem abaixo da média histórica de relação de Preço sobre Lucro (P/L).
Vivara (VIVA3)
A Vivara, que vem ganhando cada vez mais espaço de mercado, é uma especialista em relógios e joias no país, contando com 232 lojas da marca Vivara, seguido por 43 pontos de venda da marca Life. A empresa conta hoje com um caixa líquido de 44 milhões de reais, e tem por objetivo a abertura de, em média, 55 lojas por ano até 2026, o que demonstra potencial de crescimento da varejista.
O negócio da Vivara se mostra bastante rentável, apresentando um retorno sobre o patrimônio de 22%, tendo uma geração de caixa operacional de 115 milhões de reais no segundo trimestre, um aumento de 10% na comparação trimestral.
Arezzo (ARZZ3)
A Arezzo é uma varejista nacionalmente conhecida por suas marcas de sapato (dentre elas Schutz e Anacapri), no entanto, nos últimos anos, adquiriu empresas do setor de vestuário, como a Reserva. A companhia vem conseguindo obter uma forte expansão de suas marcas principalmente fundamentada na percepção de qualidade dos seus produtos.
Os resultados de Arezzo no segundo trimestre de 2022 foram muito bons com um crescimento das receitas de 65%. Ela tem tido uma forte expansão com um ritmo de abertura de lojas que deve atingir 80 pontos de venda ainda em 2022 e a expectativa é que o ritmo seja mantido nos próximos anos. A empresa também conta com uma posição de caixa superior ao seu endividamento de 360 milhões, o que dá tranquilidade para a varejista navegar neste cenário de juros altos.
Mesmo com esse ótimo desempenho, as ações da empresa liderada por Alexandre Birman também vêm negociando com a relação Preço sobre Lucro abaixo da média histórica dos últimos cinco anos.
Observamos um momento que pode ser interessante para uma exposição no setor e, como comentamos, via empresas que sejam lucrativas e de maior qualidade. Porém, as premissas da melhora do ambiente de queda de juros podem não ocorrer, dessa forma, orientamos que a exposição neste tipo de setor que tem maior volatilidade seja menor. Caso você tenha interesse em entender como montar uma carteira de ações equilibrada, clique aqui e conheça a Ações Alpha.
João Abdouni, analista CNPI na Inv Publicações.
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