Casas Bahia faz acordo para renegociar dívidas de R$ 4,1 bi
O acordo de recuperação extrajudicial da varejista contempla seus dois principais credores: Bradesco e Banco do Brasil
A Casas Bahia anunciou neste domingo, 28, um acordo de recuperação extrajudicial para dívidas de 4,1 bilhões de reais com seus dois principais credores: Bradesco e Banco do Brasil.
Em comunicado ao mercado, o presidente da empresa, Renato Franklin, afirmou que o acordo melhora o fluxo de caixa da empresa em 4,3 bilhões de reais nos próximos quatro anos, sendo 1,5 bilhão de reais em 2024.
Antes da renegociação, a empresa desembolsaria 4,8 bilhões de reais até 2027. Com o acordo anunciado, o prazo de pagamento foi ampliado de 22 para 27 meses.
“Ponto importante é que no momento do pedido da Recuperação Extrajudicial (“RE”), já temos a adesão formalizada da maioria dos credores (nossos principais parceiros financeiros) para aprovação. Este modelo garante uma execução de um processo organizado e estruturado”, escreveu Renato Franklin.
Com perímetro restrito, a operação inclui apenas dívidas financeiras sem garantias, como debêntures e Cédulas de Crédito Bancário (CCBs).
O Bradesco, que possui 953 milhões de reais em debêntures, e o Banco do Brasil, com 1,272 bilhão de reais, possuem 54,5% do total de débitos renegociados no plano de recuperação extrajudicial.
Dívidas no quarto trimestre de 2023
A Casas Bahia reportou um prejuízo líquido de 1 bilhão de reais no quarto trimestre de 2023. As perdas foram 513,5% mais altas que o prejuízo de 163 milhões de reais registrado no mesmo período de 2022.
O resultado foi o pior da história da varejista e deixou para trás o recorde negativo trimestral anterior de 875 milhões de reais no quarto trimestre de 2019. Na comparação anual, o número também foi o pior desde a abertura de capital da empresa, com prejuízo líquido para 2023 em 2,6 bilhões de reais.
Desconsiderado os impactos não recorrentes, o prejuízo da empresa ficou em 564 milhões de reais no último trimestre do ano passado. Ainda assim, a cifra representou um aumento de 51,6% nas perdas em relação aos 372 milhões de reais registrados no quarto trimestres do ano anterior.
De acordo com o balanço da varejista, o resultado negativo se deve principalmente à diminuição anual do lucro bruto e efeitos do processo de reestruturação, além de provisões, redução de estoques e renovação de acordos com cartões. Outro ponto destacados pela companhia é o resultado financeiro desfavorável.
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