Campos Neto tenta, mas mercado ainda vê alta de 0,50% na Selic
Expectativas para a Selic apontam para uma taxa básica de juros cada vez mais alta, conforme deterioração fiscal avança
O presidente do Banco Central tentou reduzir a fervura nas apostas sobre a taxa de juros com duas falas indicando uma política monetária um pouco mais relaxada, mas o efeito foi pequeno.
A precificação de mercado, que chegou a adicionar 0,44 ponto percentual na Selic em setembro, apenas retornou ao patamar da quinta-feira, com 0,40 p.p. de aumento para a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC no mês que vem.
A última semana de agosto marcou o estresse no mercado financeiro com as perspectivas de um novo Orçamento com receitas superestimadas e despesas subestimadas e uma política fiscal cada vez mais distante da meta prometida pelo governo Lula de zerar o déficit primário este ano ou no próximo.
O resultado foi uma forte alta nas taxas futuras, com vencimentos subindo até 60 pontos base na semana, com a curva entregando toda a melhora de perspectiva de duas semanas atrás. Após dados mostrando o mercado de trabalho ainda aquecido e déficit primário muito maior que o antecipado pelos analistas.
As apostas nas opções de Copom da B3 que chegaram a apontar 73% de probabilidade de uma manutenção da Selic no início do mês, fecharam agosto com a indicação de apenas 13% de probabilidade. As chances combinadas de uma alta na taxa básica de juros passaram de 27% para 87% em agosto, em uma demonstração clara da deterioração do sentimento dos investidores.
O dólar encerrou o dia em leve queda aos 5,61 reais, após anúncio de oferta de swap pelo BC e leilão à vista mais cedo, com a venda de 1,5 bilhão de dólaresem função do rebalanceamento do índice MSCI EWZ.
O Ibovespa também encerrou o dia próximo a estabilidade (-0,03%), aos 136 mil pontos. Mas confirmou a melhor perfomance para o mês de agosto desde 2017, com avanço de 6,54%, e níveis recordes.
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